O Liberal
A Cidade e Eu
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As mães querem e precisam de paz

João de Carvalho
PARA TODAS as mães, neste mês de Maio, o melhor presente não está à venda em nenhum Shopping Center, butique, loja ou supermercado. Ele se resume nas três letras da palavra PAZ!
Sim, apenas Paz! 
Há milhares de mães que não sabem o que é ter paz em vida, de tão atribuladas e sobrecarregadas que andam. Problemas em cima de problemas. Tensões e conflitos. Brigas de filhos. De genros e noras. De tios e sobrinhos. Brigas por qualquer motivo. E a mãe, no meio dos conflitos, sem saber de que lado ficar, mas, quase sempre por solidariedade, ficam do lado dos filhos, ainda que não estejam com a razão.
A MÃE, sempre envolvida nas questões que a rodeiam de todos os lados, sem ter o direito à paz, que a gente vive proclamando a torto e a direito, por aí, sem saber o que isto significa, se faz de forte, embora na realidade esteja sempre cansada.
Mães e avós atormentadas, chantageadas, doentes, asiladas, sofridas, existem em grande quantidade por este mundo, sem paz, sem tranquilidade nem para viver, nem para morrer.
O amor de filhos, tão decantado, tão repetido, muitas vezes é só da boca pra fora – pois os atos e atitudes de muitos filhos só comprovam o desamor. Muitas mães e avós andam recebendo estranhas “provas” de amor como: problemas alheios para resolver; dívidas para resgatar, empréstimos que não serão jamais pagos pelos responsáveis; roupas para lavar; meninos levados para tomar conta, ainda que essas avós estejam idosas e cansadas; e ainda uma infinidade de questões que filhos e netos tinham condições de solucionar, sem sobrecarregá-las injusta e abusivamente.
Muitos filhos quando levam as crianças à casa da vovó, para passear, querem apenas, na verdade, alguém para tomar conta dos filhos à noite, a fim de que o casal possa se divertir, indo ao shopping, aos bailes, às lanchonetes, aos bares, aos teatros, aos shows, à rua, enfim.
Então, aquela que fica com os meninos – a vovó – não é e nunca foi vovó, mas é simplesmente babá sem salário. Isto mesmo! A mãe que é avó, muitas vezes não passa de empregada sem carteira e sem horário, sempre a serviço dos caprichos dos filhos que não são capazes de entender que as pessoas mais idosas têm direito ao descanso do corpo e do espírito. Mãe é para se amar e não para se judiar.
FILHOS instáveis e complicados, noras pirracentas, netos ingratos, netas grávidas aos 14 anos, sobrinhos viciados em drogas, filhas que não assumem suas responsabilidades como esposas e mães, genros ausentes e omissos. Tudo isto vai minando a resistência física de uma mãe, de muitas mães e avós, que acabam morrendo mais cedo de desgosto.
E no fim, no dia que tudo isto acontecer, vão ficar todos em volta dela, chorando e se lamentando, dizendo que a amavam demais. Será verdade? Pode ser verdade? Amor estranho. Egoísta. Exclusivista. Possessivo. Amor só na base do ‘venha a nós’ sempre! Amor que nunca soube o significado da palavra PAZ para as mães que são avós.
Que Deus nos faça entender a tempo, como é importante para nossas mães, o dar-lhes PAZ, toda a PAZ que elas merecem e têm o direito de ter.

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