A MÚSICA mais antiga era essencialmente “monódica”, ou seja: um único som. Guturalmente emitido. Som selvagem, de repulsa ou aproximação. Marcava presença do ser humano entre feras. Som gutural cavernoso, forte, defensivo ou provocativo. Não era música. Som descoordenado apenas. Era o rosnar acompanhado de gesto repulsivo, ameaçador, cada qual a sua maneira ou modo de exprimir seu estado d’alma.
Esta manifestação foi, com o tempo, situação e necessidade de exprimir o sentimento que se tornou em sonora, com articulação das palavras. Os tempos avançaram e a música chegou para ocupar grandes espaços na vida das pessoas. Nós a entendemos hoje como “A arte de coordenar fenômenos acústicos para produzir efeitos estéticos”. Traduzindo sons e ritmos agradáveis.
A escrita musical, com o tempo alcançou a perfeição. As grandes vozes, masculinas ou femininas, deram à música espaço, brilho e sabor. Os instrumentos dos mais variados tipos canalizaram com harmonia, os mais diversos tipos de sons. Lembro-me imediatamente do Cinema, dos instrumentos modernos, das vozes humanas privilegiadas, da natureza em festa.
A arte musical é inseparável da preferência humana. A música é o condomínio da humanidade. A música “controla o estresse, alivia a dor, externa os sentimentos e a memória, melhora a reabilitação física e a socialização”. Dá sentido à vida de todos. Sem música o mundo seria um vácuo sem sentido, porque ela “interfere na batida cardiovascular, no sistema respiratório e na tonicidade muscular”, acrescentam os melhores e mais observadores esculápios modernos.
Aristóteles, um dos mais competentes filósofos da antiguidade Grega, afirmou que “A música é celeste, de natureza divina e de tal beleza que encanta a alma e a eleva acima de sua condição”, isto, no século IV a.C.
O MUNDO MUSICAL, sonoro deu-nos a conhecer os grandes compositores, elevando a música ao mais alto grau até então conhecido, como: Palestrina, Vivaldi, Bach, Handel, Mozart, Bethoven, Paganini, Schubert, Bellini, Chopin, Liszt, Verdi, Gounot, Brahms, Tchaikovski, Dvorak, Strauss, Ravel, Stavinsk, Villa-Lobos, etc.
A maior e mais bela representação da música é sem dúvida a dança. A Bíblia registra vários momentos importantes da dança rítmica. Ora com desfecho santo, agradável, voltada ao louvor divino. Cantada pelos anjos no nascimento de Cristo, até à loucura de Salomé exigindo a cabeça de João Batista, o maior profeta que ligou o antigo e o novo Testamentos com sua força profética. As duas maiores bailarinas da história, clamam os autores, foram Anna Pavlova e Isadora Duncan.
Hoje, proliferam, em todos os recantos do Brasil e do mundo artístico, as duplas , os coros, os solistas, os conjuntos, todos fazendo da música não somente uma expressão da arte, mas da conquista monetária, via apresentação para as multidões sedentas de diversão e apreço à arte musical. Todos nós conhecemos as centenas de cantores usufruindo rendas e alegrando multidões de fãs em nossos estádios. A música adquiriu uma finalidade terapêutica, quando levada às enfermarias para alegrar os doentes, com assentimento e agrado geral. Deus seja bendito! A música, enfim, não tem fronteiras. É universal. Que seria de nossas televisões sem fundo musical?
ENFIM, queremos homenagear, com esta apresentação de sabor literário musical, a todos que se dedicam à arte musical, em qualquer forma de sua modalidade sonora, alegrando os corações de todos os ouvintes de sua técnica musical moderna. (“Barsa” volume16, pgs.125/131, ano 1969, boa fonte de informação).