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Mariana
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Samarco promove visitação às áreas de barragem para apresentar obras de contenção de rejeitos

Samarco promove visitação às áreas de barragem para apresentar obras de contenção de rejeitos

Mineradora levou imprensa da região para conhecer os locais onde a lama passou e o que é realizado para recuperar

A construção do dique S4 na área de Bento Rodrigues tem causado polêmica entre os antigos moradores, pois prevê o alagamento de parte do distrito. A obra faz parte de um sistema da mineradora para a contenção da lama de rejeitos que está dispersa desde o rompimento da barragem de Fundão, em 5 de novembro de 2015. Para esclarecer e apresentar as obras emergenciais, em função do período chuvoso, a Samarco convidou a imprensa da região para uma visita durante toda a quinta-feira (17) ao Complexo Minerário de Germano.

Acompanhada pelo Coordenador de Construção, o engenheiro Eduardo Moreira, a equipe visitou as obras que integram o sistema emergencial de retenção de sedimentos, sendo eles os diques S1, S2, S3 e S4, e as barragens Eixo1 de Fundão e a Nova Santarém. Toda estrutura foi autorizada pelo Governo de Minas Gerais e tem como objetivo conter a lama que ainda vaza da barragem de Fundão, o que pode se agravar com o período chuvoso.

A polêmica envolvendo a construção do dique S4 é que a estrutura prevê a inundação de 1/3 da área do distrito, mas a empresa garante que não irá atingir as ruínas do local. “A altura do dique não afeta as ruínas do distrito. Ela abrangerá apenas a parte de baixa do vale”, assegura o engenheiro Eduardo Moreira. De acordo com a Samarco, o dique é a única forma de impedir que os rejeitos que estão na área de Bento contaminem os rios da região. O dique é provisório e poderá ser desativado dentro de cinco anos ou menos.

Outro ponto de questionamento é a posse do terreno. Para que a empresa pudesse realizar as obras, o Governo determinou a requisição administrativa dos terrenos, que afeta a posse, mas não a propriedade. Assim, o Governo irá definir os procedimentos, mas caberá à mineradora repassar ao Estado as verbas para a indenização pelo uso da área.

Os diques e as barragens

A Samarco garante que as atuais estruturas do sistema de contenção em Germano estão estáveis e que a empresa está trabalhando 24 horas em turnos sucessivos para finalizar as obras antes do período chuvoso. A expectativa é finalizar os trabalhos em dezembro. “Todo o trabalho e as barragens são monitoradas em tempo real por meio de radares e inspeções diárias. Utilizamos equipamentos de alta tecnologia para este acompanhamento como escaneamento a laser e a instrumentação geotécnica para a avaliação técnica, sendo que, para a barragem de Germano, as leituras são automatizadas, com aquisição de dados online, além da utilização de drones”, explica Moreira.

Os primeiros diques, S1 e S2, que já estão com a sua capacidade atingida, foram construídos ao longo do córrego de Fundão com porte menor para atender às necessidades ainda no pico do primeiro período chuvoso, em janeiro deste ano. O dique S3 já foi construído com uma estrutura mais robusta e maior e atualmente passa por obras de alteamento para ampliar sua capacidade. Já o S4 está em andamento, assim como a construção da barragem de Nova Santarém. Paralelamente à construção dessas estruturas emergenciais, a Samarco continua com o trabalho de recuperação dos diques de Sela, Selinha e Tulipa, localizados logo à frente da barragem de Germano.

Para atender às necessidades de longo prazo, a mineradora está com a implantação do Eixo 1, que é uma estrutura que prevê um dique, um barramento e um vertedouro. Essa estrutura está localizada na antiga barragem de Santarém, ao lado da construção da nova. De acordo com a empresa, a capacidade total do Eixo 1 será de cerca de 20 milhões de metros cúbicos, garantindo a retenção de todo volume ainda existente em Fundão.

Cava Sul Alegria

Um outro local que a Samarco almeja depositar rejeitos é a Cava Sul Alegria. Para tanto, a empresa precisa de licença ambiental para extrair o restante de minério no local e o preparar para o depósito de rejeitos. A Samarco se limitou apenas a falar sobre as obras de recuperação e contenção. Mas destacou que, assim que liberada a licença, que não tem prazo previsto, irá precisar de no mínimo seis meses para adequar a Cava para retomada das atividades.

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