Três ferramentas foram desenvolvidas para alunos e professores utilizarem durante o regime de estudo não presencial
Por Glauciene Oliveira
A Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) anunciou, nesta quarta-feira (13), que as aulas da rede estadual de ensino vão retornar de forma remota na próxima segunda-feira (18).
De acordo com a Secretária de Estado de Educação, Júlia Sant’Anna, mais de 1,7 milhões de alunos estão sem aulas desde o início do isolamento social, estabelecido por conta pandemia do coronavírus.
A secretária afirma que esse fato pode acarretar um aumento da evasão escolar. “Há um risco de aumento da evasão escolar, devido a perda do vínculo e a grande fragilidade em muitas dessas famílias. A gente sabe que é um modelo que, em condições normais de saúde, não é o ideal, é um modelo de contingência, mas que traz as melhores experiências já vividas historicamente no Brasil em situações em que há dificuldade de locomoção e também recentemente, nesta pandemia.”, destacou.
Dinâmica de funcionamento
Sant’Anna explica que foram desenvolvidas três ferramentas distintas para alunos e professores utilizarem durante o regime de estudo não presencial.
A primeira, que já está disponível, é o Planos de Estudos Tutorados (PETs), que são apostilas com o conteúdo das disciplinas. O material pode ser baixado no site: www.estudeemcasa.educacao.mg.gov.br ou solicitado via site, e-mail e WhatsApp. Já aqueles que não têm acesso à internet receberão o material impresso. “Temos iniciativas das mais diversas, como apoio da direção das escolas, como contratação de serviços de entrega pelos diretores, que já estão com recurso para isso. Vamos verificar nominalmente cada aluno e trabalhar para garantir o recebimento”, afirmou.
Já na segunda-feira (18) começa o programa “Se Liga na Educação”, videoaulas que serão transmitidas pela canal Rede Minas, diariamente, de 7h30 às 12h30. “A partir de 11h15 começa a parte de dúvidas ao vivo. O aluno vai mandar sua questão e o professor vai responder em tempo real direto do estúdio”, explicou.
Os conteúdos das aulas online foram distribuídos por área de conhecimento. Na segunda-feira, a temática será linguagens (Português, Inglês, Literatura, Artes e Educação Física). Na terça-feira o assunto é Ciências Humanas (História e Geografia). Matemática será estudada na quarta-feira. Quinta será a vez das Ciências da Natureza (Biologia, Química e Física). E na sexta-feira uma programação específica voltada para os alunos que estão se preparando para o Exame
Nacional do Ensino Médio (Enem)
A terceira opção de acesso às aulas é através de um aplicativo para celular, o “Conexão Escola”. Na ferramenta, alunos e professores terão acesso aos PET’s e ainda poderão encontrar as aulas já exibidas no programa “Se Liga na Educação”. As aulas gravadas também ficarão disponíveis no canal do Youtube e no site do Governo de Minas.
Segundo Júlia, todo o material foi adaptado para alunos com deficiência. As teleaulas terão tradução em Libras, e apostilas serão impressas em braille. “Objetivo foi criar distintas estratégias que fossem capazes de se sobrepor. Com isso, a gente busca a melhor maneira de alcançar todos os alunos e professores da rede”, acrescentou.
Já a Subsecretária de Desenvolvimento da Educação Básica, Geniana Faria, explica que as avaliações escolares só serão realizadas no retorno das aulas presenciais, ainda sem previsão. “Neste momento estamos trabalhando com atividades de fixação, para que o estudante sempre resolva questões ligadas a matéria que ele está estudando, mas as avaliações de desempenho só serão realizadas no retorno das atividades presenciais”, salientou.
Movimento contrário
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) afirmou que é contra a realização de aulas remotas. O Sind-UTE/MG destaca que a decisão do Tribunal de Justiça que suspendeu a convocação dos servidores da educação ainda está em vigor e que o sindicato já informou ao Tribunal o descumprimento da decisão por parte do Governo do Estado.
“Existiam duas decisões com liminar com conteúdos diferentes. Uma se refere a greve e a outra a convocação dos servidores. O estado foi impedido, por decisão judicial, de convocar os servidores (exceto diretores de escola). Portanto, fazer referência a uma outra decisão anterior a pandemia e a proibição de convocação tem o intuito de gerar confusão”, enfatizou em nota.
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