Nylton Gomes Batista
A busca por uma vida saudável e a prevenção de doenças são objetivos comuns para muitas pessoas e, até certo ponto, é louvável essa preocupação. Com o avanço da medicina e a crescente conscientização sobre a importância da saúde, é natural que se busquem métodos, procedimentos e produtos que prometam melhoras no bem-estar. No entanto, é importante lembrar que nem todos os produtos destinados à saúde são seguros ou eficazes. Nem sempre o prometido se cumpre, podendo se inverter, até tragicamente, o resultado esperado. A propaganda na televisão tem levado muita gente a acreditar que determinados suplementos ou medicamentos são a solução para algum problema de saúde. O que não se sabe é o que há por trás desses produtos, por trás das promessas da propaganda, assim como por trás de sua busca, nem sempre problemas de saúde. Pessoas se colocam sob uma ditadura, também ativa na moda, na estética, na aparência física, deixando de lado funções do organismo, às vezes já combalido, que podem ser, seriamente, afetadas e colapsadas, quando em interação com algo de natureza obscura, embora tido como benéfico. Esquecem-se que cada caso é um caso, cada pessoa é uma pessoa; cada uma igual a todas as outras em alguns aspectos, porém distinta em outros aspectos, especialmente quanto ao corpo físico, seu organismo e seu funcionamento.
O Homem é um ser social, porém não coletivo, como as abelhas, as formigas, os cupins, algumas espécies de ave e de peixe, sem falar nos microrganismos. O ser social pode ser solidário por livre arbítrio; o ser coletivo é “subserviente” e age sob “comando”.
Cada indivíduo humano tem sua forma de pensar, de agir e seu organismo também difere dos demais. Se algo é bom para um, isso não significa que é bom para todos. Algumas pessoas, por natureza, podem até ser um pouco mais gordas, sem que isso represente risco à própria saúde, mas querem emagrecer a todo custo, por se considerarem assim mais bonitas. Tais pessoas agem tal qual alguém quanto ao seu veículo, sempre reluzente, como se recém-saído da linha de montagem enquanto, ao mesmo tempo, seu motor está no caminho de pifar, o sistema elétrico pede socorro e o sistema de frenagem mal responde ao comando do condutor. O carro está bonito, mas, será que aguenta uma viagem? Infelizmente, também quanto à saúde, muitas pessoas preferem seguir a onda artificial predominante, quando deveriam pensar, analisar e decidir, sensatamente, por si próprias, mais a orientação profissional, pois o que está em jogo são suas vidas, diferenciadas por características personalizadas.
Recentemente, do Japão veio notícia de trágica situação relacionada ao consumo de suplementos alimentares. Segundo fontes de informação, algumas pessoas perderam a vida e outras, mais de 100, foram hospitalizadas após consumo de suplemento destinado à redução do colesterol. Essas vítimas sofreram problemas renais graves, uma delas com falência dos rins, resultante direta do consumo do. produto, de acordo com os médicos que analisaram o caso.
Esse trágico incidente, no Japão, deveria servir como alerta, mas, lamentavelmente, não é o primeiro e nem será o último, pois a tendência é para seguir maus exemplos. Por serem os indivíduos diferentes entre si, conforme já dito, medicamentos e suplementos alimentares podem agir de forma diferente em cada pessoa, bem como também causar efeitos colaterais diversos. O mesmo se pode dizer da dosagem, que pode variar de indivíduo para indivíduo, de acordo com diversos fatores. A interação medicamentosa adversa é outra realidade não considerada por quantos, a título de ter saúde ou se alinhar com “teorias” do corpo perfeito, se arriscam por conta própria no uso de produtos, ditos milagrosos, porém longe de uma avaliação de quem com autoridade para fazê-la. Se uma pessoa já faz uso de algum medicamento, é possível que este não combine bem com aquele e quem paga pela “discórdia” entre os dois é o organismo que os recebe; ao invés de corrigir um problema, acumulam-se outros! São muitas as considerações, deixadas de lado por quem, à revelia da orientação médica, faz uso de medicamentos ou de produtos, ditos complementos alimentares, sendo essas aqui citadas as principais.
Quanto ao acontecido no Japão, há um dado a mais, que assusta: é por ser o japonês um povo disciplinado, altamente educado e preparado para bem discernir.