Só mesmo não percebe que o mundo está em transformação a pessoa desligada, alienada ou voltada ao próprio umbigo. Tudo está a se transformar, desde há algum tempo, em ritmo menos perceptível, porém com mais intensidade a partir da pandemia da COVI-19. Aliás, foi dito logo ao entrar o mundo em situação de calamidade pública, que o antes não seguiria igual depois.
Se, no passado, a complexidade imperava, forçando a base à demanda por soluções nos patamares acima, a tendência atual é pela complexidade se desfazer a partir do alto, a solução chegando ao nível da base, sem qualquer questionamento. Intermediações tendem a desaparecer deixando partes a negociar, livremente, sem mais custos que não os de cada qual envolvido. Ensino e aprendizado passam, pouco a pouco à universalização, a partir de fonte única (internet), porém diversificada em procedência. Passo a passo, o cidadão, o consumidor, o usuário está a se tornar protagonista, em diversos campos das atividades humanas; não mais a interveniência, que confunde e complica, que retarda, que onera. Conquistas surgem no campo da tecnologia e facilidades se fazem no dia a dia das pessoas. A moeda digital (não se fala agora das criptomoedas), por exemplo, poderá ser forte barreira contra golpes financeiros, contrabandos e negócios ilícitos em geral, ao mesmo tempo em que reduzirá custos e tempo de conclusão nas relações comerciais. O Pix é apenas pequena amostra do que será o setor financeiro, dentro de pouco tempo, paralelamente às criptomoedas, descentralizadas e totalmente à parte do controle estatal. Quanto a estas, às criptomoedas, pela primeira vez na História, funciona um sistema financeiro com potencial de escapar à voracidade proibitória de governos e premiar o direito à liberdade individual. É algo novo, que promete muito mais!
A única área, em que nada se move para transformação, é o sistema político e, quando se move, é para mais se distanciar do conceito de soberania do povo, ou seja, governo em que o povo exerce a soberania. O clima eleitoral, ofensivo, desrespeitoso e truculento a anteceder as eleições estaduais e federal não podia ser outro dentro de um sistema, que permite a interpretação e uso da lei, ao sabor de quem a aplica; que não admite críticas ou se levante suspeitas sobre o processo eleitoral; que proíbe, bloqueia, suspende atividades de profissionais independentes da imprensa e ainda prende.
Tais perseguições e penalidades, tão somente contra quem se posiciona ao lado do governo, constituem provas de que as forças de oposição se metem a “governar paralelamente”. Só mesmo num sistema, dito democrático, porém longe de ser, em razão de os partidos exercerem o poder, podem prosperar desmandos do poder judiciário federal. Longe da isenção e neutralidade, que caracterizam juízes, ministros daquela corte militam politicamente! Assim como nas mais recentes manifestações, de forma ordeira, o povo deveria voltar às ruas, não para pedir destituição de ministros do STF, porém defender a abolição dos partidos políticos, depois de um período de preparo e transição para a democracia aberta, na qual o povo estará, de fato, no poder. No novo sistema, livre de disputas entre grupos, prevalecerá a vontade do povo, dentro de um clima de ordem e respeito às leis.
À medida que o novo sistema for avançando, o número de parlamentares, nos três níveis, até poderia ser aumentado. Muitos defendem número menor de parlamentares, nas assembleias estaduais e no Congresso, mas o fazem em razão do alto custo. Entretanto, com emprego de novos recursos tecnológicos, os parlamentares poderão desenvolver seus trabalhos a partir de casa, fazendo-se presentes, em seus respectivos parlamentos, tão somente em ocasiões especiais. Em razão disso, não necessitarão de altos subsídios (agente político não recebe salário) e nem mais dos “penduricalhos”, que agravam ainda mais a “obesidade” na renda do político. Os subsídios deverão ser bem menores e a manutenção dos parlamentos se reduzirá ao mínimo. Os subsídios deverão ficar atrelados a uma fórmula matemática, cuja variável será um índice econômico. Não mais legislarão em causa própria e, se o índice econômico baixar, os subsídios também baixarão.
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!