Por Nylton Gomes Batista
“Quanto mais reza, mais assombração aparece!” Estourou a guerra na Ucrânia com a invasão russa e toda sorte de desumanidades, próprias desses momentos insanos. Sem querer e a se indignar com o fato, o Brasil acabou por entrar na guerra, não porque seu governo tivesse declarado, mas porque um indivíduo, eventual e infelizmente, deputado estadual paulista, foi até lá fuçar o que não era da sua conta.
Tendo recebido do eleitorado paulista o mandato de representante popular, cabia a ele trabalhar pelos interesses do seu estado, representar, pelo menos em tese, o povo paulista, em busca do melhor para seu bem-estar. Entretanto, pelo que deixou transparecer em sua mensagem telefônica a possível comparsa de duvidosas aventuras, não é isso que ele faz. Com exceção dos combatentes, participantes efetivos do conflito, e dos profissionais da imprensa, destacados para cobrir os fatos e levá-los ao público, os demais fogem do cenário de batalha. Não tendo compromisso profissional ou moral a ela vinculado, toda e qualquer pessoa foge da guerra como o diabo foge da cruz!
Que raio de interesse movia tal político tupiniquim onde ninguém o chamou e para onde ninguém o enviara? Tudo teria permanecido nas sombras de sua mente, talvez doentia, e, o público não teria tomado conhecimento, se não fosse pela necessidade de exaltação do ego animalesco; necessidade que faz alguns indivíduos jactar-se do que faz em suas aventuras sexuais, quase sempre predatórias. A vanglória, nesses casos pode, também, ser uma falácia a encobrir resultado contrário ao fato do qual se gaba! Mas, aqui não se trata de analisar o que ele faz ou deixa de fazer, a dois, na intimidade. O que importa e não deixa de revoltar quem de bom senso tomou conhecimento dos fatos foi a sordidez de seu comportamento diante de uma situação que requeria, antes de tudo, sentimentos humanitários, caridade para com o semelhante em situação de desespero, longe do lar e sem perspectivas para os momentos seguintes. Na impossibilidade de auxílio concreto a uma vítima, em cenário de guerra, o mínimo que se cobra é respeito; não foi essa atitude do eventual deputado, que se imaginou a “caçar presas sexuais” na fila de refugiadas, conforme ele mesmo relatou ao seu contato telefônico. Dizer que elas seriam “fáceis”, porque eram “pobres” foi o cumulo do insulto à mulher de modo geral e uma ignomínia em relação à situação vivida pelas ucranianas refugiadas. Quanto às tentativas de explicar o inexplicável seria melhor que fechasse a matraca, porque sua imagem diante do público pode se enodoar ainda mais. Arrecadação de fundos, ´para auxílio às vítimas da guerra, poderia ter sido feita daqui mesmo com todas as vantagens, que tecnologia oferece, sem os riscos de se converter em mais uma vítima. Diante do que disse em relação às refugiadas, o argumento da arrecadação de fundos não se sustenta e cai sob a suspeita de cortina de fumaça a encobrir suas verdadeiras intenções e, ou, ações. Pode até não ser, mas diante do que disse e da tentativa de desdizer, evidências testemunham contra si!
No cenário político interno, onde uma facção, os “constitucionais”, tem seus seguidores perseguidos, impedidos de se manifestar, impedidos de receber por serviços prestados na área da comunicação, chegando alguns a ser presos, nenhuma reação; do “governo paralelo” nada se ouviu e nada ele fez. Em compensação, o mundo verdadeiramente humano se indignou contra a atitude daquele indivíduo; homens e mulheres se manifestaram por intermédio das redes sociais, pedindo a cassação de seu mandato como deputado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo, Crê-se que não tem apoio nem no partido, ao qual é filiado e onde parece ter aprendido que PODE tudo falar e fazer, desprezando valores humanos como respeito, solidariedade, caridade, sobretudo em relação às mulheres, em situação de vulnerabilidade, tendo como exemplo as refugiadas ucranianas. A pressão tem sido grande, o bastante para romper o corporativismo partidário que, em outras situações, dificilmente deixaria seu filiado sem cobertura. Pode estar, portanto, o ambiente político brasileiro numa situação “sui generis”, uma exceção à regra de tudo ser feito ao contrário do desejado pelo povo. Nesse caso, o sistema deverá desligar a panela, cuja pressão chegou ao nível máximo: o indesejado deputado deverá ser cassado. Mas, o sistema continua a criar agentes indesejados e alimentar oportunidades aos que, sem escrúpulos, podem fazer com o povo, do povo e para o povo qualquer iniquidade brotada em suas mentes torpes. Numa DEMOCRACIA ABERTA, isto é, sem partidos políticos, essa possibilidade seria, drasticamente, reduzida.
PARTIDOS POLÍTICOS JÁ FIZERAM MAL DEMAIS À HUMANIDADE!