Embora contestado por forte esquema de propaganda político-ideológica por meio da grande mídia, o fato é que o país caminha, celeremente, para suposta imunização contra a COVID-19; suposta porque, por muito que se deseje e lute por uma vacina eficaz, tiro e queda, como se diz popularmente, não se pode dizer que qualquer delas vai imunizar de fato. Enquanto não houver por parte da ciência um conhecimento real e definitivo sobre a causa, ou seja, sobre o novo coronavírus, qualquer vacina desenvolvida até o momento é tentativa de vencer a doença; tentativa válida, confirma-se, porém, tentativa.
Entretanto, o que se vê é a população induzida por uma corrente político-midiática, a crer que a solução do problema, a proteção do organismo humano contra o novo coronavírus e o fim da pandemia virá com a vacinação. No sentido contrário, das autoridades sanitárias não se vê, não se ouve nenhum esclarecimento quanto a isso, ou seja, que a COVID-19 ainda poderá continuar, pelo menos, por algum tempo, independentemente de qualquer das vacinas conhecidas, pois estas não são garantias, mas tentativas de dar combate à doença. Contudo, insiste-se na manutenção de todos os cuidados preventivos, como distanciamento social, higienização das mãos, não aglomeração e uso de máscara, mesmo após tomar a vacina. Para quem “sabe ler”, um pingo é letra, o que, no caso, corresponde a dizer que se os mesmos cuidados devem ser mantidos é porque o perigo não acabou. Acontece que os cidadãos, em sua grande maioria, não são educados para pensar, mas, sim, para seguir a boiada!
Infere-se daí que de grande frustração poderá ser acometido o público, se o resultado não corresponder às expectativas. Sinais têm sido detectados, lá fora, de que isso poderá acontecer, mas às massas essa informação não tem chegado, enquanto aguardam, inocentemente, a vacina salvadora, de acordo com a corrente política que as manipula. Tem havido, em larga escala, contágios por COVID-19 em países, onde a vacinação já alcançou a maioria. Para surpresa de muitos, as principais vítimas desse contágio por nova variante do vírus têm sido pessoas já vacinadas e adolescentes. A cada dia que passa, mais e mais novidades surgem no cenário da pandemia, mas nunca algo a favor da coletividade humana, algo que reascenda as esperanças, ou uma luz no fim do túnel, que já se mostra longo demais.
Diante disso, surge uma inquietante pergunta: e se o novo coronavírus veio para ficar? Como ficamos? O HIV está aí até hoje e não sinais visíveis de que possa ser debelado! Poder-se-ia dizer que essa hipótese tem origem no reino do pessimismo, mas há que encarar a realidade, até o momento, obscurecida pela tremenda interrogação científica que envolve o novo coronavírus. Enquanto ele não for totalmente dominado pelo conhecimento cientifico, nada do que se ouvir dizer sobre fim dos contágios, controle da pandemia ou cura da COVID-19 merece crédito. A resposta positiva ao fim de tudo isso, de toda confusão, incluindo-se essa estúpida manipulação política em torno da pandemia, está inda sendo buscada nos laboratórios de pesquisas. Pode ser que, ao longo do tempo, ainda que não descoberta a cura imediata ou posto um fim à pandemia, surjam meios ou controle mais eficazes que evitem os atuais sacrifícios e restrições, mas enquanto isso não acontecer, o melhor é manter distância, esconder o rosto com a focinheira e fazer da higienização das mãos um hábito, entre os mais saudáveis.
Ainda bem que para a geração de maior risco, no enfrentamento da pandemia, os verdadeiros e animados bailes, de muito glamour e rostos colados, são belas recordações que nada e ninguém podem tirar de quem as tem. Quantas famílias, a compor a sociedade de hoje, não teriam surgido por meio de casais, que se conheceram naquelas festas? Vovôs e vovós de hoje sofrem restrições cruéis, como o distanciamento dos netos, mas estes se salvaram da renúncia a algo bom que a decadência e a mediocridade, previamente, lhes tiraram. Teria aumentado, em muito, a tragédia, para os jovens de hoje, se houvesse que renunciar àquelas belas reuniões sociais, muita alegria, respeito e segurança, ao sabor do melhor em ritmo e música.