Neste final de setembro, vislumbram-se sinais de que a COVID-19 já não é a mesma do início do ano, quando aqui chegou e, num crescendo, contaminou mais de 4 milhões de brasileiros, dos quais eliminou mais de 140 mil, entre 32 milhões de contaminados e quase 1 milhão de vítimas fatais em todo o mundo.
Somam-se seis meses de sofrimento, perdas em vidas, perdas econômicas, muitas incertezas e a pergunta: como será o amanhã? Afrouxam-se as medidas de segurança, em adequação ao menor poder de expansão e consequente letalidade da doença, mas que não se enganem e nem baixem a guarda, porque ao contrário da forma abrupta com que surgiu, lenta será sua saída de cena; e há o perigo de segunda e, quiçá, terceira onda.
Embora se conte com vacinas em processo de avaliação, o que não havia por ocasião da “gripe espanhola”, nunca se sabe como o novo coronavírus reagirá. De certa forma, as esperadas vacinas são um tiro no escuro! Por isso, a liberação geral, conforme visto em vídeo, em que grande massa popular desfila à moda de blocos de carnaval, é uma temeridade. O inimigo pode estar a se recuperar para atacar de novo!
Contudo, além das vidas humanas, bem maior na terra, infelizmente perdidas, não se sabe o que é pior a enfrentar, à medida que se tenta colocar a casa em ordem; se a própria desarrumação, que resultou em transtornos na vidas de milhares de pessoas, ou mentiras, informações falsas, intrigas e denúncias sem fundamento, com as quais pessoas, em nome de uma posição política fora de cena, tentam confundir a opinião pública cá e lá fora. Segundo se sabe, o Brasil é duramente criticado pela ONU, em seu primeiro relatório de avaliação sobre a situação da pandemia. Mas basta rápida lida, para se verificar a natureza facciosa e tendenciosa, pois não tem por base documentos oficiais, mas, “denúncias” da corrente política insatisfeita com o resultados das eleições brasileiras em 2018. Dois casos saltam aos olhos de qualquer um, ao ler o relatório.
PRIMEIRO – Logo no início da pandemia, em diálogo informal e até meio pândego, o presidente foi questionado sobre a possibilidade de ele contrair a doença. Ele deu uma boa gargalhada e respondeu, mais ou menos, assim: – depois daquela facada não é uma gripezinha qualquer que vai me derrubar! Ele não falou como presidente e, sim, como Jair Bolsonaro, fanfarrão. Posteriormente, em entrevista, ele aludiu ao mesmo termo, de forma séria, porém em relação a si mesmo, acrescentando que é de constituição forte e, portanto, mais resistente ao coronavirus. Ele só disse que, para si e para muita gente, a COVID-19 não passaria de uma gripezinha. Não houve generalização, como se divulgou. O curioso é que o presidente apenas repetiu, o que alguém já havia dito, mas querem passá-lo à História como autor, conforme conveniências de uns e de outros. No fim de janeiro – a COVID-19 ainda não chegada ao Brasil – médico famoso e conhecido do público, disse em uma de suas aparições, na tevê, que o Brasil não precisava temer a doença; não precisaria fechar nada, pois pouca gente seria afetada seriamente. Seria como uma gripezinha. Algum tempo depois, quando o bicho começou a pegar, ele voltou ao mesmo espaço e disse tudo ao contrário. O primeiro vídeo, então, foi abafado, mas há gravações dele por aí. O relatório da ONU deixa a impressão de que “gripezinha” foi classificação dada em fala oficial.
SEGUNDO – O documento da ONU cita falta de coordenação ente governo federal e governos estaduais. Entre brasileiros, somente aqueles que não querem ver, põem a culpa no presidente, porque ficou clara a intervenção do STF, determinando que cada unidade da federação e cada município estabelecesse suas normas de combate à pandemia. Ao governo federal coube a distribuição de recursos que, diga-se de passagem, tiveram parte desviada para os bolsos de alguns políticos safados.
O tal relatório é parte de uma campanha difamatória contra o Brasil, a exemplo de outra, no passado, contra outro país latino-americano com propósitos semelhantes. Contra o Brasil, em outra frente da mesma campanha, não faltam nem elefantes, na Amazônia, a fugir dos grandes incêndios na floresta. A que ponto chegou a sanha ideológica internacional, contra o Brasil, com a participação de brasileiros, que aqui se formaram fizeram fortuna e, lá de fora, agora, se voltam contra as suas origens! É triste, revoltante e lamentável! Por outro lado, elefantes na Amazônia? Ora, vão estudar geografia, caras pálidas!