Não pretendia me envolver na polêmica entre os que apoiam e os que condenam o atual presidente da República, alguns destes últimos a desejar-lhe a morte, que não se conseguiu com aquela facada, mal explicada até hoje. Como sempre deixo claro não mais ter esperanças nesse sistema político-partidário, que favorece a corrupção, anulo o voto em qualquer eleição, ainda que se comprove a honestidade e a incorruptibilidade de algum candidato. A aversão não é contra pessoas; é contra o sistema! Por isso, também ele não recebeu meu voto!
Entretanto, ainda que capenga a chamada democracia, não só em território tupiniquim, porém em todo o mundo, incluindo-se Estados Unidos da América, a dita maior democracia do mundo, há que ser aceito e respeitado o resultado das eleições brasileiras de 2018. Que se dê a César o que é de César! Enquanto não adotada a democracia aberta, que ainda virá com o amadurecimento do pensamento humano e o sepultamento dos partidos políticos, as urnas sempre produzirão choques entre as correntes disputantes, que são os partidos. Na teoria, diz-se que a democracia é o “povo no poder”, ou que nela o “poder emana do povo”, tremenda enganação porque, na verdade o poder está nas mãos dos partidos, mesmo que fora do governo, cabendo ao povo o voto (obrigatório, no Brasil), o acato às leis, discutidas, aprovadas e promulgadas à revelia do povo, além do pagamento de impostos. Já ouço alguém a rebater que se o sistema vigente não fosse democrático, eu não estaria a contestá-lo; se criticas são permitidas é porque há liberdade de expressão. Como o povo é enganado! Liberdade de expressão, imprensa livre, direito de ir e vir e demais direitos individuais não constituem a democracia; eles são apenas acessórios, pois o cerne da verdadeira democracia está no poder emanado do povo e não do partido ou dos partidos.
Se o Brasil já fosse uma democracia aberta, a corrupção não teria chegado ao nível que chegou, mais ações pró combate e menos confusão política em torno da pandemia seriam registradas, mais serenidade haveria nas soluções e condução dos interesses públicos e bem distante estaria a cobiça estrangeira que cresce sobre o nosso patrimônio!
Infelizmente, em razão da polarização ideológica, a sociabilidade baixou ao nível da morte desejada ao oponente e aos menos favorecidos. Depois de um jornalista, em texto publicado, ter augurado morte ao presidente da República, chegou a vez de um ator global expressar o mesmo desejo, em relação a velhinhos flagrados sem máscara na rua. Enquanto isso acontece cá dentro, lá de fora vem apoio sorrateiro aos insatisfeitos do grupo “quanto pior, melhor”.
De certa forma, essa campanha orquestrada contra o Brasil lembra outra, em 2009, contra Honduras. Em Honduras, o governante havia se colocado, à margem da lei, violou a constituição nacional, fato que resultou em sua auto-destituição, confirmada pelo Poder Judiciário. Em seu lugar, de acordo com a constituição, foi empossado interinamente, o presidente do Congresso Nacional, já que o vice-presidente, renunciara alguns meses antes, para concorrer nas eleições que se aproximavam. Tudo se processou de acordo com a constituição, mas o bafafá internacional se armou contra o novo governo: nenhum organismo internacional e nenhum governo, incluindo-se os Estados Unidos, reconheceu o governo interino, classificando o afastamento do presidente eleito como golpe militar. Nada mais falso, pois tudo se fizera de acordo com a constituição! Honduras firmou-se em sua posição, realizou as eleições programadas, elegeu um opositor e lhe deu posse, conforme previsto no calendário. O mundo político internacional enfiou o rabo entre as pernas e saiu de fininho!
A mesma corrente ideológica que, mediante distorção dos fatos, apoiava o governante pilantra hondurenho, não reconhece o presidente brasileiro, eleito em 2018, e quer forçar sua derrubada. Para isso não faltam distorções e falsas acusações de genocida (com base em quê?), incendiário da Amazônia, atitude nazifascista e sabe lá Deus o que mais. A mais recente acusação que lhe fazem é hilária: responsável pela onda de calor extremo, predominante no país, nos dias em curso, ah! ah! ah!
Melhor controladas as tetas e estancada a fonte da corrupção na esfera federal, os que viviam das tretas e mutretas não se conformam com os “prejuízos”, que a nova situação lhes trás. Vade retro, satanás!
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