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Ponto de Vista do Batista
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Estamos todos no mesmo barco XIV

A humanidade é essencialmente boa, alinhada com os princípios mais nobres, o que a torna amorosa, solidaria e dedicada, razão pela qual ao surgir perigo em comum, pessoas se destacam, silenciosamente, no trabalho em prol do semelhante, muitas vezes, com risco para a própria vida. Na atual pandemia, cresce a solidariedade entre a população mais carente dos cuidados oficiais. É assim que, pessoas, empresários, comunidades (grupos de pessoas e não localidades) se mobilizam para se ajudar e ajudar os mais fracos, embora as condições sejam as mais desfavoráveis e o perigo de contágio esteja crescente. 
De alguma forma, a maior parte da sociedade está engajada no combate à pandemia da COVID-19, tendo à frente os profissionais da saúde, todo pessoal hospitalar e demais atividades extremamente necessárias, para que aqueles cumpram seu trabalho em prol da vida. No sentido oposto e com mais visibilidade atua a minoria, para a qual toda situação é válida no usufruto de vantagens, deixando de lado quaisquer escrúpulos e sentimentos de culpa. São pessoas e grupos que, longe de participar e contribuir para a minoração do sofrimento que, de alguma forma, atinge a todos, atuam para desinformar e confundir a opinião pública com “notícias falsas” (expressão colocada entre parênteses como protesto contra o uso sistematizado e exagerado de palavras e expressões estrangeiras, misturadas à língua pátria/materna, especialmente na comunicação. Em lugar de “notícias falsas”, poderiam ser usadas também “mentiras”, “boatos”, “fofocas”, “conversas fiadas” e mais diversas). Fatos são inventados, declarações alteradas e dúvidas levantadas sobre o consagrado. Tudo se mistura aos olhos e ouvidos do público que, na busca de informação e orientação nesses momentos de incertezas, se confunde ainda mais. 
Confusão interna parece pouca, notadamente quanto a determinado medicamento, não específico e gerador de polêmica política, porém com larga margem de sucesso no combate à ECOVID-19, ao redor do mundo. De repente, a Organização Mundial da Saúde – OMS suspende os testes e desaconselha para a COVID-19 o já conhecido medicamento usado no tratamento de outros males. Mas o curioso na atitude da OMS é que a suspensão, praticamente, coincidiu com o lançamento de medicamento específico, de alto custo. Teria sido mesmo coincidência? Talvez não, pois a OMS voltou atrás poucos dias depois. Enquanto isso, facilidades legais, próprias do momento, são aproveitadas por malandros de plantão, para fazer seu o dinheiro destinado à compra de equipamentos hospitalares; roubo escancarado, que se pensava contido depois que celebridades nacionais foram parar na cadeia, pelas mãos da Operação Lava Jato. Ledo engano pois a gatunagem continua. E não será eliminada enquanto estiver de pé este sistema político-partidário corrupto, no qual cada partido pode ser um covil a abrigar assaltantes dos cofres públicos. A continuar este sistema, a Lava Jato pode virar Enxuga Gelo! No esquema da bandidagem de rua, pelo que parece, também não há qualquer intenção de arrefecer as ações contra a sociedade. O chamado “novo cangaço” atua em cidades menores, tendo como foco agências bancárias, então atacadas com intensos e barulhentos tiroteios noturnos. Os bandidos desaparecem com o dinheiro e, quase sempre nada é desvendado. Aqui uma curiosidade interessante: sabe-se que há meios de fazer esses assaltos, sem tiros e sem barulho. Por que os bandidos fazem questão de tais estardalhaços? Deve haver um propósito por trás disso! Na última semana uma quadrilha desbaratada surpreendeu por seu poder de fogo, de atuação no mercado e pelo patrimônio acumulado (só veículos importados, de luxo, foram apreendidos cerca de cinquenta) além de se valerem de plano de saúde para a lavagem de dinheiro. Num país, onde o mínimo negócio depende de lenta, custosa e enervante burocracia, que faz desistir empreendedores, levantam-se suspeitas sobre como a bandidagem atua, no mercado, compra e vende, acumula patrimônio e se situa na sociedade, como se fosse a mais honesta das empresas. Parodiando Willian Shakespeare, há mais coisas entre o mal e este sistema político-partidário do que imagina nosso ingênuo patriotismo!

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