Quanto à segurança nos veículos, falou-se, semana passada, sobre dispositivo que impeça um veículo de colidir com outro à sua frente, mas isso ainda seria pouco, em se tratando da incolumidade de pessoas e de bens, que se querem preservados. Por isso, no futuro, os veículos poderão ser dotados de um banco de dados, nacional, com todas as informações relativas aos condutores cadastrados. A ignição do veículo se faria mediante dispositivo pessoal que contivesse os respectivos dados do condutor, conjugado com identificação biométrica do mesmo condutor. O inabilitado não conseguiria dirigir. Os veículos poderão ser dotados, também, de um sensor eletrônico, que detecte, no condutor, estado alterado de consciência, por uso de bebida alcoólica, drogas lícitas ou ilícitas ou ainda por causas psicológicas. Detectada a alteração, o mesmo sistema impediria que o veículo fosse movido.
Para resolver o problema do trânsito urbano, nas grandes cidades, cada vez mais impeditivo e retardador da mobilidade, devido ao seu grande volume, uma opção seria a proibição dos veículos particulares, conforme já dito, passando o serviço de transporte, todo automatizado, ao poder público. Mas para que dê certo, antes será necessária uma verdadeira revolução na administração pública. É aí que a porca torce o rabo! Com a qualidade dos políticos, cada qual a olhar para o próprio umbigo, vai ser difícil separar o interesse coletivo dos interesses de cada um, que vê no automóvel uma extensão de si próprio, assim como também já é o celular. Quem tem poder não quer perdê-lo e quem tem automóvel pensa que tem certo poder, ainda que com ele perca tempo e dinheiro!
Contudo, a necessidade falará mais alto. Se não for como aqui previsto, outra fórmula se conceberá para a solução do problema. As mudanças poderão ser difíceis no setor público, mas no privado pode dar-se o contrário, em razão de sempre se buscar o novo e o melhor na relação com o mercado, quando se trata de produzir e comercializar. Uma das grandes dificuldades da indústria, por exemplo, é saber quanto consegue colocar de seu produto nas mãos do consumidor final. Há pesquisas e fórmulas que podem fornecer um quadro de vendas futuras, mas não há garantias de que aquele número representa o real, que pode ser maior ou menor. Se maior, tudo bem, há folga para mais do produto; se menor, é encalhe na certa!
Com o grande público consumidor conectado à internet, abre-se a possibilidade de a produção ser programada por demanda, diretamente do consumidor que tem nas mãos a ferramenta que o conecta com o mundo. Com a produção programada por demanda minimizam-se esperdícios e prejuízos; nada de grandes estoques, nada de pressão para vender o já produzido. Passa-se a produzir na mesma medida do pedido feito pelo consumidor. Amparado pelo seu Código de Defesa, o consumidor é, atualmente, figura central, a mais importante e respeitável dentro da loja e perante o lojista. No futuro, ainda que de maneira remota, essa posição será transferida para dentro da indústria, perante o industrial, mesmo porque o lojista, como se conhece, tende a desaparecer. A indústria fabricará o que o mercado determinar, na medida certa e momento desejado. A publicidade, feita para colocação do produto pronto no mercado, será antecipada para momento anterior à fabricação, dando ao consumidor a possibilidade de decidir o que quer. O número de pedidos orientará a decisão da indústria. Como se vê, esse modelo dispensa estoques nas mãos do distribuidor e do lojista.
Embora nem todos saibam, podendo tomar conhecimento agora, isso não constitui novidade, uma vez que já existe, porém de forma subjacente, ou seja, sem muito aparecer. É o “dropshiping”, cuja prática se dá mais no comércio internacional e se revela uma tendência para todo o comércio, no futuro! A conexão direta entre fabricante e consumidor, por meio da internet em rede específica, será a grande revolução a gerar comércio em outra modalidade com custos e preços reduzidos.
O novo sistema fará desaparecer as lojas físicas, na forma como são conhecidas, mas poderá surgir em seu lugar uma espécie de exposição, aos moldes de loja, valendo-se de tecnologias como a projeção holográfica, a essa altura bem mais avançada, além de demonstrações por realidade virtual e outros recursos ainda por serem criados. O consumidor poderá comprar nesses pontos ou em qualquer dispositivo pessoal, para ter o produto entregue em sua casa. Nesses pontos poderão funcionar, ao mesmo tempo, centros de diversões eletrônicas, a se desenvolver nos próximos anos.