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Clientes merecem respeito

Valdete Braga
Não sou de reclamar se não houver um ou mais motivos muito fortes que justifiquem. Compreendo que empresas e funcionários, muitas vezes, estão esgotados e que muitos fazem o possível para o bom atendimento. Compreendo também que existem clientes sem educação e grosseiros, que tratam mal a quem os está atendendo, e isto é inadmissível.
A questão aqui, entretanto, é outra. Precisei do atendimento de uma empresa, cujo nome não vou citar, e nem é preciso, devido ao grande número de reclamações com relação à mesma, e a experiência foi inacreditável.
Não há que se culpar, pelo menos neste caso, ao funcionário que me atendeu, que em caso de assistência virtual, são vários, que atendem aleatoriamente ao telefone. Sem capacitação, sem um treinamento para embasar sua fala, que culpa tem o atendente de não conseguir resolver o problema?
No meu caso específico, o rapaz chegou a dizer “não existe este tipo de aparelho”, quando eu estava de frente para o mesmo e relatando todos os fatos referentes a ele. Foi simpático, agradável, mas simplesmente não sabe resolver o problema, chegando a duvidar do aparelho que estava diante dos meus olhos, até que, depois de todas as referências possíveis e imagináveis, conseguiu localizá-lo “no sistema”. Aliás, esta desculpa de “erro no sistema” também já não está colando muito.
O atendimento é só on line, outro absurdo. Este tipo de serviço é válido e ajuda muito, mas não pode ser única opção. Atendimento só on line, mas o chat não responde e o telefone não atende. Insisto por horas (horas, não minutos) e quando consigo o milagre de, após quinhentos “disque um para isto, disque dois para aquilo, disque três para não sei o que”, chego a um atendente humano, este não sabe o que fazer. Aí solicito atendimento presencial e o funcionário mal preparado diz que atendimento presencial para este tipo de problema não existe. “Como não existe?” eu pergunto. A resposta é surreal “o técnico só vai à residência se houver dano físico ao aparelho, e neste caso o problema está na configuração”.
Ou seja: eles sabem onde está o problema, não sabem resolvê-lo e não têm autorização para mandar alguém, porque o problema “não é físico”. A única solução, no caso, é mudar de operadora, mas aí esbarramos em um outro problema, que é a falta de concorrência na cidade. Esta novela durou duas semanas, até “descobrirem” o problema e resolvê-lo.
Eu não uso internet para assistir ao Big brother 24 horas ou ficar brigando em grupos de whatsapp. Nada contra cada um que utilize o produto pelo qual paga da maneira que quiser, mas, no meu caso, além do entretenimento, internet é também ferramenta de trabalho. Ao contrário da empresa em questão, eu tenho responsabilidade com os leitores, e não foi nada agradável este tempo sem ela.

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