No mês de março, que parece bem mais distante do que realmente está, quando dizíamos “fique em casa”, imaginávamos que hoje a situação já estaria resolvida.
Infelizmente, não é assim, e mais infelizmente ainda, em muito isto se deve às ações de muitos de nós mesmos. Mas não adianta lamentar, a vida continua, e para aqueles que têm responsabilidade e amor a si e ao próximo, o Natal será ainda “em casa”.
Aliás, “em casa” é o sentido do Natal. Ainda que neste mundo louco em que vivemos muitos vejam na data um feriado para curtir, como qualquer outro, não é assim, ou pelo menos não deveria ser. Cervejada, churrascada, som no último volume e gritaria, não combinam com a data. Natal é compartilhar, é família, é amor e paz. Mesmo sem pandemia, deveria ser assim.
Porém, nestes tempos de coronavírus, até em família serão mais difíceis as comemorações físicas. Parentes distantes, com família também constituída, não se sentem ainda seguros em viajar para comemorarem todos juntos, e é natural que assim seja, com o vírus ainda circulando, sem vacinas, e muitos se contaminando.
Ainda não é hora. O Natal é o mesmo, o aniversário de Jesus não muda, mas não podemos, ainda, nos reunirmos em grupos muito grandes, mesmo que de familiares e amigos. Uma pena, mas é a realidade atual, e precisamos nos cuidar exatamente para que esta realidade mude o mais rápido possível.
Enfeitemos nossas casas, façamos a ceia natalina, troquemos presentes entre quem já convive conosco, se pudermos, mas continuemos “em casa”, como no longínquo mês de março, saindo apenas para o necessário. O sentimento do Natal não vai mudar, e o aniversariante será homenageado como todos os anos, mas de maneira bem mais introspectiva, sem grupos grandes em volta da mesa ou da árvore de Natal.
Não, ainda não é hora. Todos queremos que ela chegue, e apesar dos que ajudam a propagar a doença, muitos se cuidam e cuidam do próximo. Estes farão a sua parte, e ficarão em casa no Natal, mais do que nunca. Estes ajudarão inclusive a quem não ajuda a si mesmo.
O Natal em casa é muito melhor junto a todas as pessoas que possam e queiram, mas como este ano não é possível, vamos nos reunir em dois, três ou quatro, com todos os cuidados. Sejamos poucos fisicamente, mas muitos em união espiritual. Vamos nos unir sem nos reunirmos. Sejamos unidos em pensamentos e preces, juntos em oração para que no ano que vem voltemos a ser muitos, tanto unidos quanto reunidos.