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Donos da verdade

Eles sempre existiram, independente da época ou do assunto tratado. Em ano eleitoral e próximo às eleições, no entanto, os ditos “donos da verdade” surgem de todos os lados, em campanhas ou expondo as suas opiniões.
Opiniões e debates são ótimos para elucidar questões e ajudar nas escolhas do eleitor, e quanto mais pessoas envolvidas, mais opiniões, explicações e sugestões surgem, o que só enriquece a discussão.
É natural, nesta época, o surgimento dos comentaristas políticos, pessoas que falam sobre o tema, expõem suas visões, muitos, inclusive, se colocando à disposição para responder perguntas. Alguns demonstram conhecimento de causa e outros apenas querem mostrar o seu ponto de vista, mas isto é questão de cada um, todos têm o direito de se expressar.
O debate é salutar, o que não deveria acontecer e infelizmente acontece muito, é um debate transformar-se em discurso de um só, quando nele aparece um destes inconvenientes donos da verdade, impondo suas idéias como únicas. Quando isto acontece, não raro os demais se retraem e deixam o dito cujo falando sozinho, sem agregar nada e conversando com as paredes.
A maioria das pessoas não tem mais paciência para este tipo de posicionamento, tanto na política quanto em outros assuntos. Quem não sabe ouvir, perde a chance de ser ouvido, quem não respeita o outro não é pelo outro respeitado.
O grande problema dos donos da verdade é que eles acabam sozinhos com ela, perdendo a chance, inclusive, de dividi-la. Aquele que aceita que outros podem divergir de suas idéias tem muito mais chances de convencimento do que aquele que acha que só ele tem razão.
Outra coisa que fica muito clara nestes pseudo discursos é que, quanto mais exaltada a pessoa é, menos argumentos ela tem. Vemos muita gente gritando, xingando e ofendendo de um lado, e muita gente centrada e educada de outro. Aí, quando o educado se retira e deixa o ofensor aos berros, sozinho, este encara a saída do outro como uma grande vitória para si. Ledo engano, muitas vezes a retirada acrescenta mais do que a permanência.
Os tempos mudaram e o eleitor também. Não queremos brigas e ofensas, não achamos bonito o que alguns insistem em considerar atos de coragem. Ofender e brigar não significa coragem. Pelo contrário, na maioria das vezes a coragem está no silêncio e sair de uma discussão, melhor dizendo, de uma briga inócua, é muito mais saudável do que ficar se desgastando e cansando os demais participantes da conversa com atitudes, no mínimo, desagradáveis.
É tão melhor conversar com calma, discordar sem ofender e aceitar opiniões diferentes com educação e respeito! Quando isto acontece, o aprendizado aumenta e quanto mais aprendemos, mais crescemos, nesta vida. 

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