Nunca a palavra “ódio” foi tão disseminada, principalmente nas redes sociais. Difícil achar um texto ou postagem onde ela não esteja, de forma literal ou implícita. Interessante é que todos que a escrevem ou dizem, o fazem contra, é lógico. Ninguém em sã consciência vai admitir que ele mesmo está odiando ou cometendo algum fato que demonstre este sentimento tão triste, mais triste para quem sente do que para quem dele é vítima.
O problema é que, muitas vezes, eu me arrisco a dizer a maioria delas, a própria pessoa não percebe isto. Ao pregar contra o ódio do outro, muitos nada mais fazem do que disseminar o seu próprio. O mundo está agressivo, violento, pesado, e isto reflete nas pessoas. Ou talvez o contrário, não sei. Talvez a violência das pessoas é que repercuta no mundo.
Está cada dia mais difícil encontrar empatia no ser humano. Prefiro acreditar que seja uma fase, mas esta fase está tão demorada… para cada notícia boa, tem dez ruins. Para cada boa ação, várias condenáveis aparecem. Há um bom tempo evito noticiários. Já me disseram que isto é ruim, porque fico desatualizada. Não fico não, o que é importante sempre chega na gente, e não preciso ficar me envenenando com notícias trágicas para isto.
Sim, precisamos estar informados e bem localizados no mundo, mas, para isto, não precisamos assistir a programas sensacionalistas e que levam horas fazendo suspense sobre determinado assunto, para depois chegar, salvo exceções, a alguma tragédia.
Gosto de notícias rápidas, que informam e não ficam “cozinhando” o telespectador ou leitor até o seu desfecho, principalmente se o desfecho é ruim. Muito deste ódio vem deste tipo de coisa. Tanta notícia pesada pelas mídias acabam embrutecendo o ser humano, e a violência passa a ser vista como coisa “normal”.
Já vi caso de pessoa com pensamento diferente da outra perguntar “por que tanto ódio”, quando na verdade a outra apenas discordava, de forma educada e cordata. Em casos como este, o ódio vinha de quem perguntava.
Existe um ditado que diz “a boca fala do que o coração está cheio”, e ele é bem real. Quando não existe ódio no coração, não há porque falar tanto nele, muito menos enxergá-lo em todo lugar.
Talvez se falássemos menos a palavra, o sentimento diminuísse. Chega a ser cansativo, tudo o que alguém diz, aparece outro para acusá-lo “por que tanto ódio”, “tire este ódio do coração”, etc. Creio que deveríamos repensar e avaliar onde está realmente o sentimento. Em quem discordou do outro, muitas vezes por um motivo bobo, ou no outro que, com o coração já carregado, enxerga o que não existe. Talvez devêssemos usar menos a palavra, para não atrairmos tanto o sentimento. O mundo precisa de mais amor.