Sexta feira da Paixão.
Pelo calendário cristão, tudo aconteceu há 2.019 anos.
Há controvérsia de datas entre os historiadores, mas isto é o de menos, pela relevância do tempo passado. É assustador que em mais de 2 mil anos, não tenhamos aprendido nada, ou, se aprendemos, estamos desaprendendo.
O que alivia um pouco o coração, é que, acompanhando as cerimônias da Semana Santa, conseguimos descobrir ainda pessoas boas e que tentam seguir os ensinamentos do Cristo. Obviamente, ninguém consegue seguir a risca, se fosse assim não seríamos humanos. Mas vendo o verdadeiro sentimento de Fé de algumas pessoas, uma luz se acende no fundo deste túnel escuro que toma conta da humanidade.
Eu nunca fui pessimista, pelo contrário, sempre preferi acreditar no lado bom das pessoas. Mas confesso que atualmente está difícil. É tanto ódio que se vê, tanta amargura e rancor por coisas pequenas, que em alguns momentos a gente quase sucumbe. É preciso muita força e muita Fé para continuar acreditando. A maioria das pessoas perdeu o senso do bem comum. Fazem discursos decorados e agem de forma completamente diferente. Nas redes sociais, então… bom, melhor deixar este assunto para outra crônica, específica.
Aqui falo da incapacidade humana de evoluir, de crescer espiritualmente. Fico pensando, se fosse hoje que Jesus chegasse, se não faríamos com Ele a mesma coisa. Não o crucificaríamos, porque não é esta a realidade de condenação dos dias de hoje. Mas será que não o condenaríamos também? Não à cruz, mas ao ridículo, ao deboche, ao escárnio?
As pessoas sentem a dor de Jesus nas procissões (e eu acredito, sinceramente, que elas sentem mesmo). Salvo raríssimas, muito raríssimas exceções, a esmagadora maioria das pessoas que ali estão, estão de coração aberto. Independente da religião de cada um, o Cristo é Único, e independente também da religião, Ele morreu por todos nós.
Então porque, eu me pergunto sem conseguir entender, porque não podemos ser assim o ano todo? Imperfeitos sim, errando sim, mas sem essa onda avassaladora e assustadora de ódio, de pai contra filho, filho contra mãe, crimes hediondos todos os dias e em todos os lugares?
Será que não aprendemos nada? Será que aprendemos e usamos o livre arbítrio para, em lugar de evoluir, desaprender? O que acontece com a humanidade? Perguntas, infelizmente, sem respostas. Perdoe-nos, Senhor, de novo.