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O bom orador tem de convencer

Por João de Carvalho
O POETA nasce o orador se faz, disse Horácio, um dos grandes poetas antigos. A oratória é a arte de falar bem. Ela tem grande influência nas massas. O bom orador encerra valor extraordinário quando usa com equilíbrio sua fala em público. O orador tem de convencer. Sua influência é decisiva em muitas situações de fato. Ele empolga o ouvinte e se torna simpático. Ele arrasta o público para suas conclusões com grande facilidade. Adquire adeptos ao final de suas palavras. A história brasileira apresenta grandes nomes da oratória, como Antônio Carlos, Os Andradas, Nabuco, Bocaiúva, Rui Barbosa, Divaldo Franco. Há dezenas de outros excelentes oradores na vida nacional como: políticos, religiosos, etc. O bom orador tem de vencer o medo e a inibição. A vitória começa pela palavra, afirmava Otto Mariano, um dos mais recomendados produtores de curso de oratória.
DIA 08 de dezembro é também dedicado à Justiça. São inúmeras as pessoas que, em nossa região, se dedicam à esta nobre missão de distribuição equânime da Justiça. Os Fóruns das nossas Comarcas estão abarrotados de centenas de processos promovidos pelas partes interessadas em suas conclusões.
Centenas de demandas de todas as formas aguardam as soluções judiciais. São poucos os juízes para tantas causas em andamento. Não podemos negar que apesar de poucos, há vontade e trabalho insano em busca de suas conclusões.
Hoje, há uma facilidade enorme de proposição de causas que exigem uma conclusão. O melhor e mais rápido caminho é o da composição amigável. Todas as partes lucram no tempo, nos gastos, na compreensão mútua. É preciso valorizar esta forma moderna de realizar a justiça.
Uma das profissões que mais precisam da palavra para caminhar bem é certamente a dos advogados. Seu entrosamento com o meio ambiente, com o povo se faz, sobretudo por meio da palavra. Sua presença nos legislativos ou executivos exige familiaridade com a arte de falar em público. Nos comícios o uso correto da linguagem oral é muito importante. As mensagens devem ser transmitidas com segurança, fluência e ordem. Falar com o povo e agradá-lo não é tarefa fácil.
É preciso exercício da arte da comunicação. O bom orador tem de convencer. Quanto mais expressivo, melhor. O bom orador não cansa o ouvinte. Ele é envolvente e faz clientela em torno de si.
O JORNAL americano, Washington Post destacou as personalidades do milênio que expirou. A descoberta da imprensa foi vencedora da técnica milenar. A invenção de Gutemberg veio colocar em evidência a comunicação. E o princípio da comunicação é a palavra. Orador é aquele que com arte usa bem da palavra.
A palavra colocada com habilidade na boca de um orador demagogo inflamará sim o povo, que lhe dará crédito, seguirá sua orientação e provavelmente explorará de forma negativa o poder para o qual esteve preparado. A arma do demagogo é a palavra. Sua ambição é o poder. Ele consegue enganar os menos incautos e levá-los à defesa de suas ideias mirabolantes, bem embrulhadas em pacotes de belas promessas. O grande habilidoso, demagogo da história mais perversa da humanidade, foi Hitler, que mereceu do referido jornal de Washington o título de “Campeão mundial milenar da perversidade”.
Salve o dia consagrado à Justiça!

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