Imagem: Otávio Honoratto / Por: Victória Oliveira
A cena do rock ouro-pretana ganhou um reforço de peso nas últimas semanas. O músico Helder Araújo, sob o nome artístico HARO ROCK, lançou no dia 29 de junho o EP “Introspecção”, com quatro faixas autorais que trazem reflexões sobre o cotidiano e diferentes formas de enxergar o mundo. Em entrevista ao O Liberal, Helder falou sobre o nascimento do projeto, sua trajetória no cenário musical regional e os desafios de se fazer rock autoral fora dos grandes centros. Confira abaixo os principais trechos da conversa:
O LIBERAL: Como surgiu o projeto HARO ROCK e o lançamento do EP “Introspecção”?
Helder Araújo: A ideia nasceu de um desejo antigo de produzir e lançar músicas autorais. O nome HARO ROCK veio da necessidade de criar uma identidade nova, já que “Helder Araújo” já estava sendo utilizado por outro artista nas plataformas digitais. O EP traz uma sonoridade com vários elementos de distintas vertentes do rock, devido a influência musical de cada integrante que fez parte da gravação, que foi a primeira etapa do projeto. As letras trazem reflexões e visões sobre situações do cotidiano, além de estimular o ouvinte a tentar ver algumas situações por outro(s) ponto(s) de vista.
OL: Desde o lançamento, como o público está sendo a repercussão? As reações são como você imaginava?
H.A.: A repercussão sobre as músicas até o momento está bem interessante. Na verdade, estou trabalhando até então com um alcance orgânico até para ter um feedback mais direto do público que já tem contato com o meu trabalho a mais tempo. Antes do lançamento eu tinha uma ideia sobre qual seria a música mais ouvida, qual agradaria mais as pessoas, e tal…mas depois do lançamento, fiquei surpreso com os resultados e com o feedback de alguns amigos sobre as faixas. A aceitação está super legal! Superou as expectativas até então.
OL: Você é de Ouro Preto e hoje mora em Cachoeira do Campo. De que forma viver aqui influencia sua produção musical?
H.A.: Sou nascido em Ouro Preto e morei lá até 2020, quando me mudei para Cachoeira do Campo. Me adaptei muito bem inclusive. Com relação ao meu trabalho musical, acaba sendo um local estratégico também do lado logístico,visto que tenho uma agenda de apresentações bem consistente em Itabirito.
OL: Como foi seu processo de se tornar músico profissional?
H.A.: Quando comecei, era apenas um hobby, mas mesmo nessa época, eu já tinha uma postura profissional com relação a entrega das apresentações. Foi ficando sério e fui procurando aprimorar equipamentos e a qualidade das apresentações. À medida que as pessoas foram creditando uma confiança em meu trabalho para fazer a trilha sonora de momentos marcantes de suas vidas, como casamentos e aniversários, entendi que se tratava de algo bem maior que um hobby. Hoje, além de amar o que faço, vejo a música como um trabalho como todos os outros, que precisa de dedicação, empenho e seriedade
OL: Fazer rock autoral fora dos grandes centros é um desafio? Como você enxerga o cenário na região?
H.A.: Trabalhar com rock nos dias de hoje já não é tarefa fácil. Autoral então,mais desafiador ainda. Como não é um estilo musical em evidência no mercado, o trabalho é sempre muito maior para que as pessoas se interessem pelo conteúdo. Mas gosto de desafios e sinto uma realização pessoal e profissional ao trazer para o mundo alguns pensamentos “musicalizados”. Acho que um reconhecimento por algo que é único e inédito, sempre é mais gratificante do que reconhecimento por replicar algo que já existe, creio que em todas as áreas e na música não é diferente. O desafio é fortalecer o cenário. Estamos trabalhando nesse propósito.
OL: Qual é a mensagem central que você quer transmitir com o EP “Introspecção”?
H.A.: Que existem outras formas de ver situações do cotidiano. Que não é e nunca foi necessário seguir as “tendências” para ser feliz ou se conectar consigo mesmo. Na verdade,penso que é bem o contrário, inclusive. Que cada pessoa é um ser único e temos nossos próprios sonhos, planos, etc… Que esse trabalho seja um convite a uma reflexão profunda sobre como temos levado a vida enquanto membros de uma sociedade e os impactos que isso têm para nós mesmos e consequentemente para o mundo.
OL: Onde e como as pessoas podem ouvir o EP e acompanhar o projeto HARO ROCK?
H.A.: Deixo aqui um convite para todos que quiserem ouvir e conhecer o trabalho: O EP está disponível em todas as plataformas digitais do HARO ROCK (Spotify, Deezer, Apple Música, YouTube…) com o nome “Introspecção”. Deixo o convite também a seguirem o Instagram e Tik Tok (@haro.rock) para ficarem sabendo das novidades em primeira mão e me contarem o que acharam do trabalho. Grande abraço!
Imagem: Arquivo Helder Araújo