Por João de Carvalho
1 – CONDENAÇÃO – Eu fui condenado à morte antes de ter nascido. A mim ninguém me deu amor, pois, a mim ninguém me quer.
2 – JESUS COM A CRUZ – Carregaram-me com a maldição de ser indesejado. Todos me amaldiçoam, terei de ser “eliminado”.
3 – PRIMEIRA QUEDA – Eu sou um pecado, “uma queda”. Ninguém pode ser obrigado a carregar o erro duma gravidez não desejada!
4 – ENCONTRO COM A MÃE – Quão doloroso, Senhor, foi o teu encontro! Eu… eu não tenho mãe, que me encontre e chore! Eu estou encarcerado no ventre de uma mulher que me manda matar! …
5 – O CIRINEU – Alguém ajudou-te a levar a cruz. A mim… a mim ninguém me ajuda! O médico dará à mulher um narcótico para que ela não sofra quando eu sofrer a morte.
6 – A VERÔNICA – Ó quem me dará uma Verônica que me consolasse na minha condenação! Ninguém sabe da minha situação! A “lei” cala os próprios cristãos!
7 – SEGUNDA QUEDA – É fácil mandar me matar, enquanto sou pequeno! Meu pai faz cálculos; quanto lhe vou custar? Minha morte sai mais “barato”! Daí… tenho que morrer!
8 – AS MULHERES – De que te serviram, Senhor, as lágrimas das mulheres? Não puderam impedir a tua morte! De que me valem as “leis”? “Legalizam” a minha morte!
9 – TERCEIRA QUEDA – A queda é fatal: eu tenho que morrer! Estão confirmados os cálculos: não há lugar para mim! Não há um pedacinho de pão para mim neste vale de lágrimas. Tenho que morrer!
10 – JESUS DESPIDO – A ti despiram-te das roupas. Eu nunca tive uma roupa! Apenas a minha pele. Mas, mesmo assim… agarram-me com segurança!
11 – CRUCIFICAÇÃO – A ti pregaram-te numa cruz. A mim partem-me em pedaços. E também “contam todos os pedacinhos…” para terem a certeza de que a mãe não fica com infecção.
12 – MORTE NA CRUZ – Tu morres. Eu também. Tu és inocente. Eu também. Lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino…, no teu Reino de Vida Eterna.
13 – DESCIDO DA CRUZ – Morto, pudeste repousar no regaço de quem nasceste… mas a mim renovam-me apenas a maldição… Porque serei uma carga a pesar… na consciência!
14 – NO TÚMULO – A ti ofereceram-te um túmulo. Para mim apenas o monturo de lixo! … Lá esperarei o juízo final… quando terei de fazer o meu depoimento contra… “MEUS PAIS”.
(Richard Thaimann)