13 DE MAIO DE 1888 exalta a atitude de uma Rainha, assinando a Lei Áurea. A História conserva seu nome: Izabel! A História glorifica-a dizendo: A Redentora! A criança aprende na Escola esta data como o dia da Libertação dos Escravos. A criança aprende nos bancos escolares que os negros vinham da África para trabalhar na Lavoura da cana de açúcar. Aprendem nossos filhos o gesto humanitário da filha de D. Pedro II.
“OS NEGROS ERAM CAÇADOS como animais bravios na África; os mercenários brancos mantinham feitorias em territórios Africanos, com o único interesse de negociar a vida dos negros, por cachaça e fumo; os negros viajavam nas embarcações e na travessia do Atlântico morriam, ora asfixiados, ora de fome, ora de sede, ora de cansaço, ora atirado no mar; o Quilombo dos Palmares era o núcleo de resistência e não simples refúgio dos negros; os brancos amamentados pelas negras eram milhares; qual o número de açoites recebidos pelos escravos quando tentavam fugir? Morreu mais negro no Brasil, que judeus durante a Grande Guerra: 200 milhões de negros abatidos.
Os responsáveis da morte judaica são procurados até hoje, e, os executores dos negros são esquecidos. Rui Barbosa mandou queimar todos os documentos relativos à escravidão; a libertação dos sexagenários foi uma fantasia, pois, o velho já não servia para trabalhar. Libertos, de que viveriam? E com que força lutaria para a vida? A Lei do Ventre Livre foi outra mistificação histórica porque, o filho de escravo nascia livre, mas permanecia escravo até os 21 anos de idade.”
A população brasileira é 50% de origem negra. Sem identidade étnica. Sem igualdade de condições. Sem condições dignas de trabalho, habitação, bem-estar social, participação na distribuição de renda. O negro precisa participar do processo político para ter sempre representatividade no poder.
A História tem de lembrar de Zumbi, o herói da resistência dos Palmares, contra o assassino Domingos Jorge Velho, cujo interesse na destruição deste núcleo era por ambição às terras férteis.
O Brasil é negro, como disse o Deputado Francisco Horta. Chico-Rei, herói africano, reergueu-se das cinzas da escravidão a que fora lançado, e, com seu trabalho, ousadia e inteligência, resgatou-se, alforriou-se, alforriou esposa, filhos e seus irmãos, construindo um império negro, dentro da honestidade e da honra.
É PRECISO QUE as pessoas, independente de cor, mas unidos como irmãos que somos perante Deus, construamos um Brasil novo, fraterno, igualitário, democrático, justo, consciente, onde haja sociedade sem exploradores e explorados, plurirracial com liberdade de profissão para todos. Há de chegar esse dia!