A VIDA é o maior dom do ser humano. A ela seguem-se a honra, a liberdade e outros valores próprios da pessoa. Assim, disse o Senhor: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância”. Assistindo em várias cidades às cerimônias religiosas e ouvindo as pregações, senti que existe uma expressiva preocupação dos pastores e dos sacerdotes, em geral, a respeito da Lei de Trânsito. Embora não seja uma fala constante, mas várias referências têm sido oportunas mostrando o valor do veículo e seu grande risco para a pessoa, sobretudo quando manipulado por condutores imprudentes, negligentes ou imperitos.
A técnica moderna representa um extraordinário avanço em benefício da humanidade, mas o uso irresponsável das máquinas, especialmente do veículo, tornou-se num instrumento de extermínio e aniquilamento. A vida, cuja preservação não é só um direito, mas também um dever de todos, tem de ser promovida a todo custo. Os veículos matam mais que a maioria das doenças, sem levar em conta, as milhares de pessoas que ficam inutilizadas em consequência dos acidentes de trânsito. Lembro-me de uma frase pronunciada há anos pelo Bispo auxiliar de Marília, D. Daniel Tomasela: “Se todos os mortos da Via Dutra fossem sepultados à sua margem hoje aquela estrada seria o maior cemitério do mundo”.
O TRÂNSITO está em vigor há anos, mas está mexendo com a vida rotineira do condutor de veículos. Às penalidades administrativas, especialmente aquelas que dizem respeito às multas, somadas às criminais e às de ordem civil em casos de reparação de danos, constituem severas admoestações para odos aqueles que se acham diante e um volante. Se houver uma grande preocupação com a educação sobre o ensino de trânsito, nas escolas, com visão em longo prazo e nos cursinhos de direção, para atingir o motorista adulto que está na direção, com visão imediata; Se houver uma fiscalização rigorosa sim, mas consciente por parte dos executores da aplicação da atual lei, é possível entrever um resultado muito positivo em favor da vida e da preservação da integridade física das pessoas; tudo isto aliado à uma conservação séria das vias, e, à uma sinalização clara e permanente das ruas e rodovias.
É muito importante que todos contribuam para a observância dos preceitos da lei de trânsito, tendo-se em vista sua grande finalidade “um direito de todos e um dever dos órgãos e entidades componentes do Sistema Nacional de Trânsito”. As entidades religiosas que têm na palavra oral, em seus cultos diários e semanais, a grande oportunidade da comunicação, certamente usarão com maior eficiência a eficácia do esclarecimento sobre a grande intenção da atual lei de trânsito que é a preservação da vida.
D.IVO Lorscheiter (07/12/1927–05/03/2007), como secretário, há anos, na CNBB, ao lançar a Semana do Trânsito destacou que “um dos pecados que o cristão tem obrigação de confessar é o desrespeito às leis de trânsito”. Com isto queria mostrar a importância da conscientização de todos sobre os deveres e responsabilidades no trânsito, frequentado por milhões de pessoas de todas as idades, que utilizam das rodovias e das ruas de nosso Brasil, como simples pedestres ou como motoristas.
Afirma o douto magistrado Paulo Lúcio Nogueira (1930/1996): “Quem dirige descuidadamente colocando em perigo a vida de seu irmão, além de estar infringindo a lei dos homens, viola também a lei de Deus”.