HÁ REALMENTE coisas difíceis de serem entendidas. Não se entende bem neste Brasil porque a saúde é tão maltratada, porque há tanto desemprego, porque há tantas crianças na rua (não crianças de rua), porque há tantos assaltos, porque há tantos sequestros, porque há tanta desigualdade social, porque há tanta gente passando fome num país tão rico, porque há tanta gente corrupta no Congresso, porque há tantos militares (policiais metidos em ações criminosas), porque há tanta exploração de menores, porque há tantos desvios do dinheiro público, porque há tanta discriminação, porque há tanta mordomia, salários altíssimos para alguns privilegiados, porque o salário mínimo é tão baixo, porque se desrespeita tanto o mais fraco e humilde.
POR QUE HÁ TANTO desconto nos salários com vistas à saúde tão mal assistida? Por que não se planeja uma forma de assistência adequada e definitiva para o menino chamado “de rua”? Por que se distribui tão mal a renda e se cria tanta diferença interpessoal? Por que não se respeita a Constituição aplicando-a sempre sem distinção? Por que a minoria mais forte economicamente não dá melhor e mais assistência aos mais pobres e necessitados? Por que não se respeita o dinheiro público, utilizando só para finalidades necessárias? Por que elemento da polícia, feita para proteger o cidadão, com juramento de defender a ordem pública, mas abusa dos cidadãos? Por que não se aplica honestamente a arrecadação do dinheiro público, recolhido em forma de imposto ou taxas?
O BRASIL, os Estados, os Municípios, só terão cumprido suas missões, seus deveres, quando os ocupantes de cargos, diretores e administradores se comprometerem e vivenciarem estes princípios da Administração Pública: legalidade e probidade. Não se adquire a honestidade no governo; a honestidade é virtude que deve ser levada para o governo. É virtude que acompanha o administrador. Não se faz administração honesta, sem responsabilidade. É preciso que o homem do povo acredite, com provas, que seus representantes são de fato honestos. E não meros aproveitadores da situação.
Governar, administrar é servir com probidade, antes de tudo. O povo, o cidadão, às vezes, inocentemente, dizem: Ah! Política pra mim é grego. Ou seja: não entendo nada. Mas é preciso vigiar. A fraude no Brasil já caminhou a passos largos, sem controle. O importante é estar vigilante, em busca de informações precisas, oficiais, comprovadas para alimentar a expectativa e o desejo do povo. Este sim é o dono único do poder que lhe é conferido pela Constituição Federal de Outubro de 1988. Infelizmente, até o Supremo Tribunal Federal, via ministros, afeiçoados a partidos, à legendas sacrificam alguns princípios sagrados da Lei Magna.
Quem padece é o povo! Política e Justiça só podem caminhar juntas quando os homens e mulheres que a praticam, valorizam a Moral e a Ética em sua vida. Vejam o que escreveu Leão XIII (Vicenzo Pecci) na Encíclica “Rerum Novarum”: Estamos persuadidos de que é necessário vir em auxílio das pessoas das classes inferiores, pois eles estão na maior parte, numa situação de infortúnio e de miséria imerecida.