OS GREGOS se reuniam na “Ágora”, verdadeira praça de ensinamentos pelos grandes pensadores da época, como: Protágoras, Sócrates, Platão, Aristóteles. No tempo de Cristo, a praça teve conotações de ensinamento, evangelização, concentração comercial e outros encontros da vida costumeira.
Os Romanos utilizavam o Fórum para os debates sobre assuntos de conquistas militares e expansão de domínios territoriais. Daí a supremacia de Roma até a Palestina. A praça do povo era dentro das arenas para assistirem aos violentos jogos, especialmente nas lutas fratricidas, com ou sem, animais ferozes. Ali em deprimente e estúpida decisão, de um imperador desequilibrado, se sacrificavam vidas cristãs e inocentes nas garras de feras famintas e vorazes.
NA IDADE MÉDIA as praças eram os centros de exibição de mortes, nas piores formas de condenação de pessoas em desafeto, desaprovação ou mesmo contrária à falsa fé professada por quem se opusesse à religião, acusada de bruxaria. Santa Joana D’Arc foi uma das mais injustiçadas vítimas da Inquisição. Na praça queimavam-se as vítimas para delírio ou medo das pessoas indefesas, ou má doutrinadas. Modernamente, lembramo-nos da Praça de Maio, em Buenos Aires, ocupada pelas mães em grande movimentação em busca de seus filhos desaparecidos. Na China, recordamo-nos dos desfiles de tanques poderosos contra jovens indefesos, mas destemidos opositores ao regime da força, do poder, da imposição militar de sentido político-religioso, enfrentado por jovens corajosos, dispostos ao Sacrifício pelo respeito à vida com liberdade e direito sagrado de “ir e vir”, em seu território livre e socialmente venerado. Isto aconteceu em 1989, por ter sido um palco do massacre de estudantes que lutavam pela democracia.
Na Praça de São Petersburgo onde nasceu a Revolução Comunista, na extinta URSS, já em plena era moderna, que deveria ser civilizada, sufocou-se o mais elementar direito da liberdade individual.
Hoje, no Brasil e nos países tidos como livres concentram-se em atitudes predominantemente políticos, milhares de pessoas, ora defendendo princípios políticos, ora reivindicando benefícios ou direitos de classes, ora em busca de diversão, como acontecem com os desfiles carnavalescos, ou patrióticos em busca de comemoração de feitos e registros históricos nacionais.
O mais decepcionante, atualmente, é que as praças se tornam lugares de concentração de bandidos, vagabundos, ladrões de bens alheios, muitas vezes sem disfarces ou máscaras protetoras de sua afrontosa atuação. A falta de caráter é às vezes, tão visível que os “pivetes” agem sem o mínimo disfarce ou proteção, numa autêntica zombaria, desprezo e afronta à ordem pública. Nem a polícia ostensiva consegue evitar, por inteiro, os pequenos ou grandes furtos contra transeuntes honestos que utilizam as praças, ruas ou avenidas de nossas grandes cidades ou capitais. Prevalece a violência.
E, as praças, criadas para os encontros sadios, viram cenários do medo e da bandidagem, infelizmente.
A PRAÇA não é mais nossa, com liberdade, conforto, descanso e lugar de prosa sadia e tranquila. O medo é justificável. “O medo é definido como a trepidação da mente diante de um perigo atual ou iminente”