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“O príncipe” e os políticos modernos

NASCEU Nicolau Maquiavel, em Florença, Itália, aos 03 de maio de 1469, filho de Bernardo Maquiavel, legislador, tendo falecido aos 22 de junho de 1527. Serviu à Corte de Césare Bórgia, governante inescrupuloso e enérgico. Pregava a prática acima da ética pois todo objetivo era válido, contanto que visasse manter-se no poder.
– “O Príncipe” é tido como modelo duvidoso de praticar o poder, mas é seguido à risca por alguns políticos que o criticam. Foi escrito para Lourenço de Médici (Duque de Urbino). Todos os professores via internet, comentaristas inteligentes deste livro, são unânimes em conhecer e exigir um amplo entendimento da ÉPOCA em que ele viveu, para se compreender sua posição, obra, conselhos, via  Renascimento. Saía-se da Idade Média para a Idade Moderna (1.543). Não há, no livro, escrita esta expressão: “Os fins justificam os meios”. Não há sequer citação expressa de que ele, como representante de Florença, sugerisse diretamente a prática desta frase.
– RECOLHI do livro “O Príncipe”, e também de alguns notáveis comentaristas, estas máximas de sabor maquiaveliano:
“Os meios são sempre julgados honrosos e louvados por todos;
É melhor ser temido do que amado;
É preciso enfraquecer os poderosos, agradar aos súbditos, manter os amigos e proteger-se dos companheiros;
É melhor ser impetuoso que tímido;
Mais importante do que ser é parecer ser;
É melhor cortar o mal pela raiz;
Na ilusão, o povo se rebela contra o seu líder;
Não se deve adiar uma guerra;
Arruína-se quem serve como trampolim político;
Faça o mal de uma vez e o bem aos poucos;
O politicamente certo, nem sempre é o que se deve fazer;
Não subtraia o patrimônio das pessoas;
Não é preciso cumprir uma palavra dada quando ela se torna prejudicial”.
– A gente constata que política não se fazia com água benta. Política era uma arte para pecadores; o povo queria resultados; política era a busca da felicidade coletiva; o político devia usar alternadamente da “Virtú” e da “Fortú”, ou seja, da força leonina e da astúcia da raposa; o objetivo da política era manter-se no poder, a qualquer preço; havia uma ética política e outra cristã; o príncipe deveria usar máscaras, agir conforme as conveniências!
EM CONCLUSÃO: Querer entender “O Príncipe”, fora do conhecimento renascentista, é simplesmente um “anacronismo”. Este livro de Maquiavel foi escrito entre 1513 e 1515, mas publicado em 1532. O gênero desta obra foi o chamado “Espelho de Príncipes”. Um manual para o governante se manter no poder. Chegou a estar no índice dos livros proibidos pela igreja católica. “O Príncipe verdadeiro não devia desviar-se do bem, mas estar sempre preparado para fazer o mal, se necessário”.
– Maquiavel não citou a frase “Os fins justificam os meios” nem a transcreveu em seu livro, que expressa com fidelidade seu pensamento como mediador entre Nações. Seu livro merece, exige reflexão sobre o tempo RENASCENTISTA. Hoje, não se podem aplicar cegamente todos os princípios deste livro.

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