SANTO TOMÁS de Aquino, um dos religiosos mais cultos e cultuados por nós cristãos que, “Ainda em vida era reconhecido como o mais importante filósofo da cristandade, o ápice da cultura e da ciência cristã, o exemplar máximo da civilização ocidental. Era tão admirado que, em 1274, quando morreu, os monges de Fossanova onde o santo acabara de ser enterrado, resolveram desenterrá-lo e decapitá-lo, para deixar seu crânio exposto em uma igreja. Quanto ao corpo, eles o cozinharam para que se preservasse por mais tempo. Depois o cortaram em pedaços, porque cada um desses pedaços era relíquia valiosa. Hoje, esses pedaços se encontram espalhados por várias igrejas da Europa” (O Livro dos Santos, Rogério de Campos, pág.233).
TENDO-SE em consideração a época dos fatos, século XIII, entendo que tudo isso tenha sido possível, e, talvez, o único caminho para a conservação deste corpo, assim, tão dividido, uma vez que não havia a prática do embalsamamento ou embalsamação, por faltarem os meios médicos competentes. Mas, o ato praticado se reveste de violência, que nos choca realmente. Não sou partidário dos que consideram que “Os fins justificam os meios”, mas considerando que tal atitude era a única e conhecida de então, e o propósito era nobre, não há como repeli-lo.
– Hoje, o progresso da ciência é grande, e não se justifica o uso de tão estranha e violenta atitude.
– Hoje, no mínimo, seria crime de Violação de Cadáver, sujeito à pena, conforme dispõe o Código Penal. Como os tempos mudam ainda bem que é para melhor. O apreço que a gente sempre teve e tem pela memória deste grande santo – reformador supercompetente das normas legais religiosas cristãs através da Summa Theológica – que tal fato tropeça em nosso respeito pelos santos despojos de Santo Tomás de Aquino.
– Hoje, a despeito de crimes brutais cometidos especialmente pelo feminicídio, com as mais cruéis formas de realizá-los, mesmo assim, o fato incomoda nosso modo de pensar. – Aprendi, lendo “O Príncipe”, de Nicolau Maquiavel, que na época do renascimento era comum ao príncipe adotar e usar de atitudes violentas para manter-se no poder. – “Alguns deles visando manter com toda segurança os seus domínios, desarmaram os seus súditos, arrasaram e destruíram fortalezas”. O capítulo VIII trata “Daqueles que se fizeram príncipes mercê de suas atrocidades”.
– Não menos reprováreis foram as condenações religioso-estatais constantes da inquisição. “Torquemada” foi o representante máximo desta barbaridade, como inquisidor. A história deve ser analisada de acordo com a mentalidade da época, para que não haja um julgamento precipitado, à revelia das leis então vigentes. O ser humano foi imprevisível naquela forma de comportamento violento e secular, relativizando os valores mais nobres da vida.
EM SUMA, errar é humano, o que não se pode é permanecer no erro! O mundo moderno é mais esclarecido, mas os humanos continuam os mesmos refletindo sempre sua época!
Um exemplo clássico e atual de fatos que nos assustam hoje, é o comportamento ridículo, injusto e autoritário do presidente da Venezuela, Nicolau Maduro, enfeitiçado pelo poder absolutista, impedindo com força militar a ajuda humanitária de alimentos oferecidos e transportados por países do mesmo Continente. É uma vergonha internacional.