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Cultura, política e poder

– O prêmio Nobel de Literatura, ano 2018, iria para Jean Claude Arnaud, mas ficou retido para ser entregue para outro concorrente, pois Jean foi acusado de assédio a dezoito mulheres, tornando-se indigno da homenagem. Reflexo dos tempos modernos, às vezes sem moral, princípio, dignidade, únicos princípios que o consagrariam em termos mundiais.
Nem sempre o prêmio Nobel foi dado por motivos absolutamente literários, como aconteceu com: W. Churchill (político), B.Pasternac (criador do Dr. Jivago), J. P. Sartre (existencialismo) e Bob Dylan (músico instrumentista), etc. O fato é que o último Nobel de literatura foi adiado para 2019. Assim, a Cultura sofreu um baque por falta de caráter moral do escolhido.
O livro: “A Civilização do Espetáculo” é uma obra de um dos mais importantes e destacados escritores da atualidade: Mário Vargas Llosa. Peruano, jornalista, dramaturgo, ensaísta e crítico literário. Recebeu notáveis e valiosos prêmios, inclusive “O Prêmio Nobel de Literatura” em 2010. Seu berço foi em 1936, em Araquipa (Peru)
– Destacamos e analisamos seu livro “A Civilização do Espetáculo”, que é uma radiografia do nosso tempo e da nossa cultura, feito com competência, conhecimento e talento. Eis, as palavras introdutórias, autoescritas por este brilhante intelectual:
“Este pequeno ensaio não tem a aspiração de aumentar o já elevado número de interpretações sobre a cultura contemporânea, mas fazer constar a metamorfose pela qual passou aquilo que entendia por cultura quando minha geração entrou na escola ou na universidade”.
A gente nota que o livro, no final de cada capítulo, traz sempre com destaque, títulos denominados “Antecedentes” e assuntos variados, atraentes e oportunos. Demonstra que, conforme o tempo vai passando, os valores vão mudando e o que é considerado Cultura, também muda muito. Vargas Llosa escreve que a  “Civilização do Espetáculo é a de um mundo onde o primeiro lugar na tabela de valores vigentes é ocupado pelo entretenimento, onde divertir-se, escapar do tédio, é a paixão universal”.  Mas, transformar em valor supremo essa propensão natural, tem como consequência a banalização da cultura, a massificação aliada à frivolidade  cultural de nosso tempo.
São seis capítulos densos de observações, análises e conclusões importantes que nos dão uma profunda e valiosa radiografia do que é considerado Cultura no nosso tempo. Mário Vargas afirma que  “A cultura, no sentido tradicionalmente dado a esse vocábulo, está prestes a desaparecer”.  Ele faz isto com um olhar inconformista.
– Enfim, assistimos ao empobrecimento das ideias como força motriz da vida cultural. Hoje, vivemos a primazia das imagens sobre as ideias. Por isso, os meios audiovisuais, cinema, televisão, internet, celulares, estão deixando os livros para trás, e, dentro de pouco tempo comprometerão a beleza e a força da Literatura expressas na prosa e na poesia. É a alma e a inteligência padecendo deste processo atual, cujos frutos encantaram o mundo literário.
A massificação é outra característica, aliada à frivolidade da cultura de nosso tempo. Vargas Llosa tem razão pela “A Civilização do Espetáculo”, síntese do nosso tempo e da nossa cultura: A Cultura, no sentido tradicionalmente dado a este vocábulo está prestes a desaparecer. A banalização das artes e da literatura, o triunfo do jornalismo sensacionalista e a frivolidade da política são sintomas de um mal maior que afeta a sociedade contemporânea.

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