O Liberal
Últimas Noticias
Destaque
4 min

“Quem representa o Botafogo somos nós”: Associação do Botafogo realiza ato para apoiar mineração consciente e geração de empregos

“Quem representa o Botafogo somos nós”: Associação do Botafogo realiza ato para apoiar mineração consciente e geração de empregos

Em ato ao lado da Capela de Santo Amaro, AMPT (Associação dos Moradores, Proprietários e Trabalhadores do Botafogo) defendeu o desenvolvimento da comunidade e criticou interferências externas

Uma manifestação organizada pela Associação dos Moradores, Proprietários e Trabalhadores do Botafogo (AMPT) reuniu grande número de pessoas no sábado (12 de abril) ao lado da Capela de Santo Amaro, na comunidade de Botafogo em Ouro Preto. O principal objetivo do ato foi reafirmar a legitimidade da AMPT como representante dos interesses da comunidade e rebater o que a associação considera como interferências externas e informações distorcidas sobre a realidade local.

O ponto central do evento foi o pronunciamento do presidente da AMPT, Florêncio Cota, que defendeu o direito da comunidade ao desenvolvimento econômico, mencionando a importância da mineração legal e fiscalizada para a geração de empregos e melhorias na região.

“Estamos aqui hoje para afirmar, com orgulho e convicção: quem representa esta comunidade somos nós — os moradores, trabalhadores e proprietários que vivem, constroem e cuidam do Botafogo todos os dias. Não aceitaremos que terceiros, que nunca pisaram no barro da nossa estrada ou estenderam a mão a um vizinho em dia de necessidade, falem em nosso nome”.

Florêncio questionou a seletividade da oposição à mineração no Botafogo, citando a existência da atividade em diversas outras localidades de Ouro Preto sem a mesma resistência. “Existem explorações minerais em várias outras regiões de Ouro Preto […] Por que só aqui no Botafogo não se pode minerar para trazer desenvolvimento econômico para a nossa região? Quem realmente está por trás desse movimento? Quais são os reais interesses por trás dessa oposição? Essa é uma pergunta que não se cala!”.

O líder comunitário destacou os benefícios que a mineração legal já trouxe para a região, mencionando a geração de cerca de mil empregos diretos e indiretos. Ele ressaltou que a AMPT defende o meio ambiente, mas também o direito ao desenvolvimento responsável.

Moradoras da comunidade, Karina Costa e Daiane Castro também falaram em favor da geração de empregos e da manutenção da atividade minerária na comunidade. “Estamos aqui para rebater fake news. Disseram que a mineração polui as águas, mas isso não é verdade, o que houve foi uma chuva forte que provoca esse tipo de coisa sempre”, disse Karina. Já Daiane defendeu o direito de os moradores locais serem ouvidos. “Aqui temos pais de família buscando o sustento dos seus filhos”, frisou a moradora.

O Ribeirão Funil, alvo de controvérsia, em imagem registrada no dia 12/04

Ministério Público opina pela reabertura da Mina

Segundo informações do Estado de Minas, o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) requisitou a liberação parcial do funcionamento da Patrimônio Mineração no dia 10/04, após análises dos argumentos apresentados pela mineradora. Se o requerimento for aceito, as atividades suspensas completamente pela Justiça podem voltar a ocorrer fora do raio de proteção de 250 metros da área de uma cavidade rochosa, estabelecido pela Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam).

Ainda segundo o Estado de Minas, na sua manifestação pelo retorno parcial das atividades, o promotor Emmanuel Levenhagen Pelegrini, da 1ª Promotoria de Justiça de Ouro Preto, afirmou “reconhecer a relevância da medida liminar inicialmente deferida pelo princípio da precaução e diante do risco potencial ao meio ambiente espeleológico”. Ainda, haveria “regularidade das operações fora da área embargada, amparadas em licença ambiental vigente; que a classificação da caverna suprimida seria de ‘abrigo’ e não cavidade natural subterrânea; a existência de parecer técnico favorável do IPHAN, que concluiu pela inexistência de patrimônio arqueológico impactado”.

O Estado de Minas também informa que o representante do MP considerou haver incongruências nos autos de fiscalização lavrados pela Feam; a ausência de operação noturna clandestina, demonstrada por telemetria das máquinas e declaração do responsável técnico; os impactos socioeconômicos da suspensão total das atividades, como perda de empregos, queda de arrecadação pública e interrupção de atividades regularizadas; e a possibilidade de adoção de medidas menos gravosas, como o embargo apenas da área diretamente afetada (raio de 250 metros), com monitoramento e fiscalização intensificada nas demais áreas. A liberação aguarda decisão da Justiça.

Todos os Direitos Reservados © 2025

Desenvolvido por Orni