Segundo autoridades, o Carnaval marianense foi um dos mais seguros de Minas Gerais. Imagem: ASCOM PMM
Por: Amanda de Paula Almeida
Com uma programação extensa tanto na sede, quanto nos distritos, Mariana recebeu mais de 100 mil pessoas durante os cinco dias de folia, atingindo o pico de 40 mil pessoas em um único dia. Apesar do grande número de foliões divididos entre os três principais palcos da cidade: Praça Tancredo Neves, Praça Gomes Freire e Praça da Sé, Mariana teve o carnaval mais seguro da sua história, segundo o Comandante da Guarda Municipal, Ricardino.
“Posso afirmar que tivemos o Carnaval mais seguro da história marianense, sem nenhuma ocorrência complexa relacionada ao carnaval. Também mantivemos os patrulhamentos nos bairros dia e noite. A Guarda de Mariana é bastante competente e preparada, antes do carnaval tivemos instruções pontuais”, declarou Ricardino.
Entre os shows que mais atraíram o público, a abertura do carnaval, por conta do pagodeiro Dilsinho, reuniu 18 mil foliões na Praça Tancredo Neves. O Comandante explicou que, para a segurança do evento, foram mobilizados 80 guardas. Além disso, a praça foi cercada de forma estratégica para inibir a presença de qualquer ato infracional.
Em relação ao carnaval dos distritos, que contou com programação em Águas Claras, Bandeirantes, Cachoeira do Brumado, Padre Viegas e Santa Rita Durão, a segurança contou com o número efetivo de 20 guardas todos os dias, garantindo um carnaval bem familiar com liberdade para as crianças se divertirem. “Não tivemos nenhuma ocorrência [nos distritos], a GCM atuou preventivamente nos distritos com ações no intuito de inibir infratores que teria como objetivo tumultuar o carnaval família dos distritos”, explicou o Comandante Ricardino.
Antes do carnaval, a Guarda Municipal e a Secretaria de Segurança Pública, representada por Ramon Magalhães, planejaram um estudo criminológico que identificou pontos vulneráveis a serem recobertos com apoio logístico e tecnológico. Para Ricardino, essa preparação foi essencial para Mariana ter o carnaval mais seguro de sua história.
“Podemos afirmar que foi um sucesso, vimos muitas famílias se divertindo, crianças felizes e a cada sorriso valeu muito todo o empenho dos GCM’s. Posso dizer que o Prefeito, junto com todas as secretarias envolvidas fizeram história com o carnaval mais feliz e seguro da história marianense. Nossos hoteis não tinham mais vagas, a todo momento turistas elogiavam a segurança e isso eu vejo com muito positivo, os pontos que observamos falhos, eram rapidamente corrigidos em parceria com a organização”, finalizou o Comandante.
O prefeito de Mariana, Juliano Duarte (PSB), também elogiou o carnaval marianense que foi feito com uma equipe de mais de 500 pessoas. Segundo ele, o objetivo de ter um evento seguro, familiar e atrativo para turistas foi cumprido: “Mostramos que Mariana superou o rompimento da barragem, que nossa cidade está viva, que nossa cidade está linda e de portas abertas para receber todos os turistas e foliões. Mariana foi um dos carnavais mais seguros de Minas Gerais”, declarou o prefeito.
Zé Pereira da Chácara
Apesar do saldo positivo em relação à segurança do carnaval, a Prefeitura de Mariana divulgou, nesta quarta-feira (5), uma nota de esclarecimento sobre o ocorrido durante o último dia de cortejo do tradicional bloco carnavalesco Zé Pereira da Chácara, realizado na terça-feira (4) de carnaval. De acordo com a nota, alguns integrantes responsáveis por carregar os bonecos gigantes adotaram uma conduta irresponsável, desconsiderando a segurança do público presente, especialmente das crianças que acompanhavam a festividade.
A nota também destaca que o Secretário de Governo interveio para “resguardar a integridade física das crianças, que estariam expostas a riscos devido a movimentos abruptos dos condutores dos bonecos”. A Prefeitura ressaltou que os episódios se repetiram em dias anteriores e que o Conselho Tutelar foi acionado após informações sobre o uso deliberado de bebida alcoólica nas concentrações do bloco, incluindo por menores de idade.
A nota não foi bem recebida pelos integrantes do grupo, que defenderam que a última apresentação do bloco foi manchada por uma série de episódios lamentáveis envolvendo a segurança pública e a própria gestão municipal. Segundo publicação nas redes sociais, os integrantes do Zé Pereira foram agredidos logo no primeiro dia da festa.
No penúltimo dia de folia, segundo a nota do bloco, a repressão tomou conta da festa, com uma abordagem abusiva por parte da segurança pública do município, que teria submetido os integrantes do Zé Pereira, inclusive menores de idade, a revistas. “Para piorar, no último dia de carnaval, o próprio Secretário de Governo, que deveria zelar pela integridade dos integrantes e dos tradicionais bonecos do Zé Pereira, foi flagrado, segundo relatos, segurando um dos bonecos, o que contribuiu para quedas e uma confusão generalizada no desfile”, finaliza a nota divulgada pelo bloco mais antigo em atividade do Brasil.
