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Carta aos Tempos
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Afinal, como será 2022 na política e na economia?

Mauro Werkema*

O tempo passa veloz e já concluímos o segundo mês do ano. E a realidade brasileira nos convida a uma breve reflexão sobre 2022, que é um ano eleitoral em que todos serão chamados ao voto, exercício fundamental da cidadania e da democracia. É claro, num primeiro instante, que níveis elevados de instabilidade e incerteza política inibem investimentos de médio e longo prazos. A retomada da economia, tão importante para garantir mais empregos e reduzir desigualdades, não está, no momento, plenamente garantida. E sabemos, por longa experiência, que a disputa eleitoral intensifica a pressão por medidas populistas, levando a gastos que desequilibram ainda mais os orçamentos públicos e impedem o desenvolvimento de programas que exigem mais tempo de maturação.

O Ministério da fazenda estima para 2022 um crescimento do PIB de 2,1% mas o mercado prevê taxa ainda menor, embora alguns setores da economia já venham apresentando alguma recuperação, especialmente em alguns segmentos da prestação de serviços, comércio e a produção agropecuária, que continua liderando setorialmente. Agrava esta realidade o contido poder aquisitivo da população brasileira, resultado do elevado desemprego, que atinge 13,3% da população, e as restrições econômicas e empresariais determinadas por dois anos de epidemia.

É importante acrescentar a esta realidade o fato de que o Brasil, no momento, não realizar qualquer programa de reformas, tão necessárias e muito anunciadas mas muito pouco efetivadas. Falar em reforma política é algo irreal e impossível, no momento. Reforma tributária, também tão importante, é um delírio neste ano eleitoral. E, nada de extraordinário se pode apontar no sentido de incentivar setores fundamentais para a Nação, como programas de apoio à ciência e a tecnologia, à educação, à saúde pública e, especialmente o Sus, a programas de incentivo ao emprego e à habitação popular, à produção cultural, investimento em infra-estrutura, incentivos à exportação, apoio diferenciado à agricultura familiar, programas específicos de estimulo à criação de empregos, e muitos outros que contribuiriam para a retomada econômica.

A inflação, que desorganiza a economia e atinge principalmente a economia popular, já atinge dois dígitos. E a taxa Selic, que controla o crédito e a expansão de investimentos, já está em 10,7% com previsão de que chegará a 12% em abril. Gasolina, gás de cozinha, produtos essenciais à mesa do brasileiro, vem tendo preços elevados que, em vários casos, os retiram da alimentação dos mais pobres. E não há, no atual horizonte governamental, nem mesmo um debate mais qualificado e realista sore todas estas questões de grande interesse para toda a sociedade brasileira.

Resta-nos, assim como a todos os brasileiros interessados em um futuro melhor para este imenso Brasil, que a campanha eleitoral aprofunde estes temas e posso esclarecer melhor aos eleitores, capacitando-os a um voto consciente na escolha de novos governantes. E que possamos retomar o crescimento econômico, com a redução das desigualdades, a geração de empregos e a um futuro com maior prosperidade. Esta é a aspiração de todos.

*mauro.werkema@gmail.com

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