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Carta aos Tempos
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O mundo de crises e guerras precisa de um novo futuro

Por Mauro Werkema*

“O futuro não é mais como era antigamente”. Esta frase, com bastante adequação e atualidade, bem reflete o momento que estamos vivendo. Nós e o mundo. A verdade é que as mudanças, em todos os campos da vida no Planeta Terra, vêm ocorrendo com velocidade cada vez mais acelerada. E para o bem e para o mal. E, a tal ponto, que quaisquer cidadãos, interessados em estudar e conhecer a vida contemporânea, precisam adaptar-se aos seus novos condicionantes, transformações, exigências, limitações, mas também possibilidades. O primeiro passo para se manter atualizado é identificar as mudanças, suas ocorrências e implicações.

A questão climática atinge a todos: já não são nítidas as estações do ano, calor e frio, as temporadas de chuvas, se alteram e ocorrem grandes enchentes, transbordamento de rios e até ciclones. Com consequências graves para populações, atividades produtivas e a vida de todos nós. A questão é tema de debate mundial e a preocupação maior, senão a mais grave, é que o mundo, mesmo após as advertências de várias conferências internacionais, não consegue até hoje um plano seguro e exequível de controlar os fatores poluentes, desmatamentos, poluição do ar, emissão exagerada de carbono, interdição de rios hoje, a crise climática tornou-se econômica e política e condiciona a vida de muitas populações. E é hoje uma ameaça à vida.

A revolução tecnológica, propiciada pela Internet, veio para o bem e para o mal, conforme o eu uso. E trouxe desafios para a própria democracia pois nem sempre permite separar a verdade da mentira, o verdadeiro da mentira e da fraude, entre pessoas e instituições. Mas, evidentemente, estão trazendo avanços extraordinários para a ciência, o conhecimento em geral, o diálogo entre os homens e nações, a globalização que iguala e democratiza a comunicação, a educação, a gestão empresarial e até a produtividade agrícola e a biodiversidade. Mas, e de maneira exponencial, exige atenção, cuidados e maturidade que garanta o seu uso ético.

A Inteligência Artificial (IA) começa a fazer parte da vida de todos nós e já influencia os modos de convivência e de costumes, alimentação, aprendizagem, comunicação, técnicas gerenciais e organizacionais, com inovações para quase tudo. O celular oferece ao seu portador, tamanho seu avanço, informações sobre tudo e todos e reposiciona a vida. Mas está a exigir, para que se torne efetivo modo de avanço humano e social, que seja assimétrico quanto ao acesso de todos ao imenso campo do conhecimento que permite. A democracia está cada vez mais dependente da IA para disseminação da informação e a formação de maior consciência crítica e a capacidade de discernimento. Esperemos que permita que ao cidadão eleitor boas escolhas e aprimore, em tempo curto, a capacidade de avaliação indispensável à distinção entre bons e maus cidadãos.

Até onde a IA levará as sociedades contemporâneas? Veremos, em breve tempo, um novo mundo, educado, civilizado, cooperativo e solidário, humanizado, sem bolsões de miséria, de doença e, essencialmente, de guerras. Infelizmente, temos guerras novas e, de modo muito cruel e impactante, como é a que envolve palestinos e Israel. Guerra de ódio, de religião, de raça e de territórios, com assassinato de civis, crianças e mulheres, à vista do mundo, com ouso de armas poderosas e altamente letais. Pensávamos que a Segunda Guerra Mundial e seus horrores estavam afastados do mundo, mas, infelizmente, é também um fato da contemporaneidade que nos leva a ver o mundo com um novo olhar.

Tudo isto que está acontecendo, nesta breve síntese, nos leva a pensar no amanhã. Que mundo podemos esperar? São muitas as inquietações. E que tornam ingênuas, nesse horizonte de incertezas, que possamos ter, em tempo curto, um novo mundo, mais solidário, mais igual, mais justo e progressista. A ONU, que surgiu como conquista do pós-guerra, já não atua na solução de conflitos. Que oportunidades podem ser abrir para o mundo futuro? É indagação de difícil resposta apesar do avanço tecnológico, que permitir hoje comunicação ampla e instantânea. Em meio às guerras, governos e países perdem condições de diálogos produtivos. Governos, partidos políticos, doutrinas e modos de pensar, parecem estar perdidos perante o essencial debate em torno de novos papéis que o mundo está a exigir, com maior diálogo, democracia plenas, ensaios autoritários e golpistas, supressão de democracias, com maior cooperação internacional, empresas e seus negócios.

O mundo e todos nós estamos à espera deste novo e essencial debate e não das guerras e suas poderosas armas. 

*Jornalista e historiador (maurowerkema@gmail.com)

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