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Carta aos Tempos
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Desafios são muitos, mas vivemos um novo tempo de transformações

Por Mauro Werkema*

Neste início de 2024 é hora de voltarmos nossa atenção e pensamento para nossa vida, o Brasil e o mundo. Entendo que vivemos tempos raros e até privilegiados não só pelas vivências, conhecimentos e oportunidades que a vida contemporânea nos proporciona, mas porque, cada vez mais, podemos participar da vida coletiva pela exposição e participação de todos aos fantásticos meios de informação e comunicação proporcionados pelos avanços da Internet e seus aplicativos. O que impõe, em um primeiro momento, um formidável avanço na nossa capacidade e oportunidade de nos informarmos, de opinar, sugerir, criticar, influir. Momento único na História da Humanidade.

É claro que as desigualdades sociais, imensas no Brasil, impõem desafios e perspectivas diferentes. Mas o panorama brasileiro, que acaba por influir na nossa vida coletiva, nos permite otimismo observador. Podemos comemorar, num primeiro plano, a consolidação da democracia, afastados, no horizonte atual, os perigos de investidas golpistas por extremistas radicais. A lembrança do 8 de janeiro nos afasta destas possibilidades e nos lembra que o regime democrático é o melhor e que, no entanto, só se completa com o desenvolvimento econômico capaz de termos uma sociedade mais justa e com menos desigualdades sociais.

É bom lembrar que há muito o que fazer e conquistar, mas existem indicadores positivos que precisamos celebrar. O desemprego caiu para 7%, a inflação mantém-se na meta, 2024 deverá crescer até 3%, resultados bom até para a perspectiva internacional, temos um sistema financeiro sólido, as taxas de juros estão decrescentes, temos o excepcional SUS, exemplo para o mundo, a educação melhora substancialmente, os programas sociais já amparam milhares de pessoas na casa própria e na renda dos mais pobres, temos reservadas cambiais de mais de U$300 bilhões, aumentamos nosso prestígio e respeitabilidade internacionais. Discutimos, com objetividade, a questão da renovação das energias renováveis. São boas as perspectivas de reindustrialização.

Aprovamos uma reforma tributária que pode nos levar a um novo temo na economia, no estímulo ao investimento aos negócios e às empresas, permitindo estímulos ao futuro financeiro e ao desenvolvimento econômico. A economia terá mais sustentabilidade, passo essencial para o desenvolvimento e a inclusão social. A Educação retoma investimentos e planejamento. A Cultura reconquista espaços. Ambos os setores são fundamentais ao crescimento humano e à inclusão social. As dificuldades ainda são muitas mais os desafios começam a ser enfrentados. Persistem, pelo imenso Brasil, e especialmente nas periferias urbanas, bolsões de misérias, de exclusão social, onde a criminalidade persiste, dramaticamente, penalizando populações e propiciando cenas quase diárias de confrontos e mortes.

Há, no entanto, que se incrementar políticas econômicas inclusivas e sustentáveis para o que ainda precisamos de coesão de atitudes, ações objetivas e visão política progressista e transformadora. Dificuldades ainda são imensas na área política, especialmente no Congresso Nacional que disputa o poder com o Executivo, fragilizado por sua menor representação parlamentar. O Poder Legislativo sofre com a fragmentação da vida partidária e os extremismos ideológicos. A vida política-parlamentar brasileira precisa avançar muito sem perder suas legítimas posições, mas sem se tornar obscurantista e resistente a mudanças e avanços.

Enfim, o Brasil é rico por sua natureza, extensão territorial, imensa costa marítima, solo e subsolo ricos, parques industriais avançados, universidades de primeiro mundo, entre outras vantagens e potencialidades, inclusive seu povo alegre e criativo. E está na hora, nesta perspectiva de um novo mundo e um novo Brasil, em meios a transformações velozes, de evoluirmos para um novo patamar de desenvolvimento com justiça social.

*Jornalista e historiador

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