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Voto consciente é essencial à cidadania e à república

Mauro Werkema*

É com o voto que o cidadão exerce seu direito básico de participante ativo da sociedade. Com o seu voto, de sua livre escolha, o cidadão exerce o direito básico da cidadania. Na urna indevassável, todos os cidadãos são iguais. É o voto o dever básico de cada um no próximo dia 6 de outubro, quando escolherá prefeitos e vereadores, que são os gestores das cidades e seus territórios e administradores dos serviços públicos e sua a qualidade. Os estudiosos do regime democrático afirmam que escolher prefeitos e vereadores é o mais importante voto da cidadania, pois são assim escolhidos os representantes públicos mais próximos e que ditarão, com seus desempenhos, as condições da vida coletiva, da convivência urbana, do acesso a bens e serviços próximos, que perfazem o dia a dia da cidade onde se vive, onde se trabalha, se desloca e vive coletivamente.

É salutar e oportuno lembrar que na urna eleitoral o cidadão exerce seu direito fundamental de julgar a conduta dos homens públicos, seu trabalho, o cumprimento das promessas que fez ao pedir ao voto, seu comportamento ético, seu verdadeiro compromisso com o interesse público. São valores fundamentais que todos e cada um devem levar em conta ao votar, o que é fundamental e essencial no Brasil atual, que ainda luta por construir uma autêntica democracia representativa, o que só é possível com a escolha de bons representantes.

O cidadão consciente de seu dever cívico deve exercer seu direito básico com olhar ampliado, crítico e soberano, livre e consciente. Deve pensar na sua cidade, na qualidade de vida que oferece, nas demandas, o currículo dos candidatos, seus programas, o que propõem concretamente para melhorar a vida de todos e para encontrar soluções para os problemas comuns. Cabe também um olhar crítico sobre as três cidades da chamada Região dos Inconfidentes, Itabirito, Ouro Preto e Mariana, que incentivam a uma reflexão maior. Muitas são as questões específicas de cada cidade e da região, cada vez mais povoada, com problemas de convivência entre a grande expansão da mineração e as cidades, suas estradas e o meio ambiente. 

No exercício do voto é dever dos cidadãos, homens e mulheres conscientes, se informar, debater, analisar, conhecer sua cidade, sua região, suas questões econômicas, sociais, urbanas, ambientais, a qualidade de vida, problemas comuns como Educação, Saúde, Habitação, obras públicas. E, com plena consciência de sua responsabilidade como eleitor, saber escolher os candidatos melhores, conforme seus currículos, suas vidas e seus programas. Seu efetivo compromisso com a comunidade, com a vida urbana, com as questões que ainda afligem as cidades, a necessidade de gestões honestas, eficientes e em atendimento às demandas coletivas.

É ainda oportuno lembrar que o mundo globalizado, a excepcional convivência humana permitida pela Internet, as mídias sociais, a ampliação dos meios de informação, concedem ao cidadão de hoje, mesmo o mais afastado dos centros urbanos, condições de bem se informar. É opinião dominante que é preciso, no Brasil, ampliar o debate sobre a representação política com a escolha de governantes realmente comprometidos com as demandas do povo, sobretudo dos mais pobres. Os governantes devem ter diálogo aberto, efetiva vontade de trabalhar, capacidade de realização de obras que a população precisa. Precisam ter ousadia, visão ampla, compromissos efetivos com a solução de problemas.

É preciso que o cidadão, com seu voto, pense em todas estas circunstâncias e faça da sua decisão, essencial à democracia, o instrumento com que exercerá, de modo efetivo, eu direito básico de influir na vida comum. Que pense também nos partidos políticos, na sua história, no seu programa, se efetivamente demonstram compromisso com as necessidades básicas da população. E, que essencialmente, não sejam partidos de aluguel, criados apenas para acobertar interesses pessoais ou escusos, desprovidos de conteúdo ideológico e doutrinário que lhes deem rumo e identidade.

É fundamental lembrar que a vida pública, dos eleitos, deve ser pautar pelo exercício da busca do bem comum, pelo debate republicano das questões comuns e as propostas de encaminhamento de soluções. Não interessa à democracia a demonização da política. É pela política que se realiza a democracia. O voto consciente abrange uma análise do partido político e do que vem fazendo para que o exercício da política seja ética, realista, não demagógica, tenha compromissos claros, em favor do bem comum. Não dá mais para aceitar partidos ocasionais e os profissionais da política, que querem se perpetuar no poder, mesmo sem ter propostas que justifiquem novas disputas. No ato de votar, é essencial que o eleitor não se deixe contaminar pelos demagogos, pela propaganda ilusória, pela falácia dos falsos cidadãos, em que a vaidade e o gosto pelo poder é só o que os move.

E é bom lembrar que a renovação das representações políticas começa nas cidades, na Prefeitura e na Câmara de Vereadores. É na vida comunitária, na vida compartilhada, nas cidades e suas questões de moradia, locomoção, serviços públicos básicos de limpeza, segurança, saúde e incentivo à criação de empregos, que o voto cidadão é mais importante. Ele decide a vida de cada um e de todos. E sabemos que são muitas as carências, que dificultam a vida de todos e que podem ser resolvidas com gestão pública competente, com obras públicas, com intervenções administrativas, sempre ouvindo a população e conhecendo suas necessidades.

Votar consciente é exercer a democracia, é estar participando do debate público sobre a vida comunitária. É ato nobre, solene, essencial, que deve ser livre e resultar da consciência do cidadão. Para o bem do Brasil e de todos. 

*Jornalista (maurowerkema@gmail.com)

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