REPORTAGEM: Raquel Barakat
O início do fim de semana de 11 a 14/10, em Ouro Preto, infelizmente foi marcado por duas grandes tragédias na aviação brasileira.
Na sexta-feira (11), um avião que ajudava na prevenção de incêndios, caiu e, em seguida, pegou fogo. O piloto, Adriano Machado, morreu no local.
Prontamente, foi mobilizado para o local, o Corpo de Bombeiros de Minas Gerais, Polícias Civil e Militar, Defesa Civil e autoridades do CENIPA, para a ajuda no resgate do corpo do piloto e análise do acidente.
Segunda tragédia
Uma das aeronaves do Corpo de Bombeiros, Arcanjo 4, estava sobrevoando o local para localização dos destroços no fim da tarde da mesma sexta-feira (11), quando a comunicação foi perdida.
Foram mobilizados então mais de 80 pessoas e outras aeronaves para entender a falta de comunicação.
Devido ao mal tempo, somente na manhã do sábado (12) os destroços da aeronave dos bombeiros foram encontrados e, infelizmente, os 6 tripulantes morreram no local.
Cronologia do acidente
Na ação das buscas e resgate dos destroços do avião Air Tractor, a aeronave Arcanjo 4 sobrevoava a área, com tripulação integrada pelo capitão Wilker, tenente Victor, sargento Wellerson, sargento Gabriel, médico Rodrigo Trindade e o enfermeiro Bruno Sudário.
Segundo o tenente Henrique Barcellos, porta-voz do Corpo de Bombeiros, após atender a ocorrência com o monomotor, a aeronave informou falta de visibilidade e condição de retorno do helicóptero. Esse foi o último contato do Arcanjo 4.
Então, no fim da tarde, a Força Aérea Brasileira (FAB) identificou que o dispositivo de emergência do helicóptero, responsável por transmitir dados de localização, havia sido acionado.
Após 12 horas de trabalho e mais de 80 pessoas empenhadas nas buscas, os destroços do helicóptero e os corpos dos 6 tripulantes foram encontrados em uma serra íngreme de Ouro Preto.
Causas
Bem como no acidente do avião Air Tractor, que vitimou o piloto Adriano Machado, as condições climáticas e falta de visibilidade podem ter sido fatores para a queda do helicóptero. Além disso, tudo indica que a aeronave colidiu a um paredão (montanha).
Os corpos das vítimas foram encaminhados para o Instituto Médico Legal (IML) de Belo Horizonte e foram sepultados, sob forte comoção, no domingo (13).
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), decretou luto oficial no estado por três dias.
Tripulação
O capitão Wilker Tadeu Alves da Silva era o piloto, com vasta experiência em operações de busca e salvamento das vítimas, participando ativamente no socorro das vítimas do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho.
Além dele estavam o sargento Welerson Gonçalves Filgueiros, sargento Gabriel Ferreira Lima e Silva e o tenente Victor Stehling Schirmer.
As outras duas vítimas eram o enfermeiro Bruno Sudário França e o médico Marcos Rodrigo Trindade, que trabalhava na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Ressaca, em Contagem, na Grande BH.
Velório
Os 6 tripulantes foram velados na quadra do Colégio Santa Marcelina, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.
Eles foram homenageados pela corporação, autoridades, agentes de segurança, políticos, além de familiares e admiradores.