Parcela dos técnico-administrativos retorna às atividades, embora grevistas não abrandem o movimento, e cogitam cassar liminar do STJ
Por força de liminar do Superior Tribunal de Justiça (STJ), os servidores técnico-administrativos da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) retornaram, esta semana, ao trabalho em cumprimento à decisão que determinou a manutenção dos serviços essenciais na Universidade e a atividade de pelos menos 50% dos servidores, sob pena de multa diária de R$ 50 mil. Com isso, o Sindicato dos Servidores Técnico-Administrativos (Assufop) se viu obrigado a liberar, em entendimento com a reitoria da Ufop, os trabalhadores para as seguintes atividades: liberação do processamento de notas do 1º semestre, inscrições do Enade e colação de grau. Os grevistas, no entanto, lutam para reverter a decisão e prosseguem com o movimento.
A liminar do STJ atende, parcialmente, ao pedido formulado pelas universidades federais e pela Advocacia Geral da União (AGU) que pedira a determinação de ilegalidade e abusividade da greve, além de multa diária de R$ 100 mil à Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra) e entidades filiadas. O Comando local da greve foi pego de surpresa, motivando a realização esta semana de diversas assembléias e encontros para se discutir o cumprimento da decisão.
Segundo informação, a própria Ufop seria uma das requerentes no processo. “Durante as reuniões do Conselho Universitário (Cuni) fomos informados que o AGU protocolou o pedido à revelia da UFOP e das demais universidades federais”, afirma Leonel Antônio da Silva, representante da Assufop no Conselho. Em assembléia os membros do sindicato se posicionaram a favor de uma posição pública da administração da Ufop sobre o caso. “Embora a liminar determine o retorno às atividades, ela assegura nosso direito de greve. A Federação está tomando as providências judiciais necessárias para revertê-la”, aponta a presidente da Assufop, Luiza de Marillac.
Já os professores da Universidade, por meio da Associação dos Docentes (Adufop) prevêem a deflagração de greve da categoria, caso não haja uma evolução nas negociações com o governo federal. “Estamos nos articulando nacionalmente visando à reposição salarial, mas se as negociações não evoluírem satisfatoriamente, aderiremos à greve”, sentencia o presidente da entidade, professor Luís Antônio Seixas.
A expectativa dos professores é garantir a inclusão dos reajustes na Lei Orçamentária de 2012. Em Ouro Preto e nas demais unidades do Instituto Federal de Minas Gerais (IFMG) a greve segue.