A greve da educação estadual já passou de 100 dias e seus desdobramentos são destaque na reunião ordinária de terça-feira, 20, da Câmara de Ouro Preto.
Representando os pais dos alunos, Marçal Ferreira Neto ocupou a tribuna da Casa para buscar apoio dos edis ao movimento grevista, assim como a diretora da Escola Municipal Juventina Drummon, Rosa Ana. A manifestação chega ao legislativo no bojo de dezenas lideradas pelo Sind-Ute em Minas Gerais e que tem como carro-chefe o cumprimento Lei Federal 11.738/08 referente ao piso salarial do professor.
Maçal Ferreira Neto leu um manifesto de apoio ao Sindicato que, por sua vez, é contrário à política de subsídios implantada, que retiraria as vantagens adquiridas ao longo da carreira pelos profissionais da educação. “É muito triste vermos nossos filhos nessa situação. Eles estão traumatizados e não podemos mandá-los à escola. Queremos contar com o apoio dessa Casa no sentido de reunir outras casas legislativas e deputados estaduais em torno da causa. Vamos ganhar essa luta”, afirma. Já Rosa Ana também conclamou o apoio da Câmara e defendeu a continuidade do movimento. “O retorno dos professores ao trabalho sem conseguir piso salarial será um suicídio da educação. Não podemos deixar que nossos filhos se tornem cobaias do governo, por isso, mobilizem-se em prol dos professores”, disse.
O presidente da Câmara, Maurílio Zacarias, nomeou uma Comissão Especial, formada por Crovymara Batalha, Silmério Rosa e Regina Braga, que buscará estreitar contatos com os legislativos das cidades vizinhas. Alguns vereadores ainda sugeriram a união das forças políticas locais em torno do tema, sobretudo daquelas que obtiveram o apoio da população ouro-pretana nas últimas eleições. No dia 15 de julho deste ano, a presidente da Sind-Ute – subsede Ouro Preto – Sandra Passarinho, esteve na Câmara. Na ocasião, os vereadores encaminharam um abaixo-assinado em forma de representação ao governo estadual.
