Associação de Caçadores de Assombrações de Mariana (Acam) inaugura sede própria e prefeitura de Barra Longa lançará estátua em honra ao enigmático animal, que supostamente ataca e amedronta moradores da região
As histórias acerca das aparições e ataques do Caboclo d’Água ganham agora espaço privilegiado de estudos, com a inauguração, no domingo, 7, do Espaço Cultural “Maria Sabão”, em Passagem de Mariana. No local funcionará a sede da Associação de Caçadores de Assombrações de Mariana (Acam), entidade constituída em 2008 para estudar e caçar os supostos 37 casos de assombração em estudo pelos membros da entidade, nos quais o Caboclo d’água figura no topo da ordem de preferência. Em Barra Longa – cidade que contabiliza mais relatos de aparições – o assunto também é levado a sério. A Prefeitura Municipal pretende inaugurar, no dia 10 de setembro, uma estátua alusiva ao retrato falado mais famoso atribuído ao “bicho”.
Os desdobramentos de sua fama não param por aí. No dia 10 de setembro, a Associação de Caçadores de Assombrações realiza a “2º Grande Caçada ao Caboclo d’Água”. “Não arredaremos o pé enquanto não tivermos evidências da existência dele, com base em estudos e mapeamentos das situações de aparições. Nosso objetivo é desvendar esse e outros mistérios que arrepiam nossa região”, frisa Vicente de Oliveira Bispo, vice-presidente da Acam. A associação oferece também uma recompensa de R$ 10 mil para quem conseguir uma fotografia legítima do animal meio lagartixa, macaco e galinha. O exemplar, supostamente genuíno, se encontraria nas paragens do rio do Carmo, que corta Mariana e distritos, e, sobretudo, de Barra Longa, donde advém a maioria dos “causos” de moradores das proximidades do rio Gualaxo. Segundo informação dos membros da Acam, cerca de 40 pessoas já viram o horripilante animal.
Em 2008, o assunto começou a ganhar as páginas dos jornais de Mariana e Ouro Preto e, atualmente, da imprensa nacional, a exemplo de reportagem veiculada no Jornal Nacional, em dia 25 de junho. Além do mais, os fatores que colaboraram com a reputação do Caboclo estariam relacionados com “mortes misteriosos”. “Começamos a publicar dezenas de ‘causos’ de ataques a animais de pessoas que juram tê-lo visto. A partir daí o jornal O Espeto começou a alimentar a repercussão de forma a considerá-lo uma figura real, genuína da nossa região, como pode ser comprovado pelos depoimentos de diversas gerações e pelas dificuldades de as pessoas discernirem a realidade e a ficção”, afirma o membro da Acam e jornalista Leandro Henrique dos Santos.
Contudo, o animal não deixa de passar ao largo das críticas. “O caboclo d’Água é um personagem meramente fictício, como a mula sem cabeça, o saci-pererê e o ET de Varginha. Além disso, diferente do que se acredita, é uma lenda oriunda da região do rio São Francisco. Acreditar nele é acreditar nas figuras folclóricas que ocupam o imaginário das pessoas”, destaca o artista plástico e integrante da Agturb, Geraldo Magela (Geraldo Zuzu). Além do Caboclo d’Água, encontra-se em estudo pela Acam “as aventuras” da Maria Sabão, da Mulher de Branco, da Noiva de Furquim, do Cavaleiro da Quaresma, da Emília, do Capitão Jack, dentre outros.