Com o slogan “o importante é o que você diz, não quem você é”, o Disque Denúncia mineiro promove, por meios investigativos, a apreensão de drogas e armas, além de desvendar sequestros e outros tipos de crime. Isso sem que o denunciante seja identificado. O cidadão faz a denúncia por meio do telefone 181 e recebe uma senha, para ter acesso ao resultado das investigações.
O 181 é o serviço unificado das polícias Civil e Militar e do Corpo de Bombeiros, para o enfrentamento da violência. Além disso, seria também uma parceria entre a sociedade e o Estado para o combate da criminalidade. Pois, a partir das denúncias dos civis, os policiais e bombeiros podem apurá-las e, caso comprovadas, atuar com eficácia e precisão.
O processo se dá da seguinte maneira: primeiro, se faz a denúncia, em sigilo absoluto. Depois, as informações são encaminhadas para profissionais da polícia e dos bombeiros, que as enviam para uma das instituições que compõe o serviço unificado. Por fim, o denunciante recebe uma senha, pela qual poderá ser atualizado sobre o resultado das apurações.
Segundo dados da Polícia, ao longo de três anos de funcionamento, o Disque Denúncia permitiu que mais de dezenove mil pessoas fossem “conduzidas, prezas, apreendidas ou recapturadas”. Além disso, também promoveu a apreensão de 2758 armas, de mais de 39 mil munições, de 12 toneladas de drogas, de mais de 2,5 milhões de reais (provenientes de jogos de azar e tráfico de entorpecentes) e, por fim, mais de nove mil denúncias encaminhadas ao Corpo de Bombeiros, para impedir “explosões, incêndios e desabamentos”.
Segundo o tenente Gláucio Damasceno, comandante do batalhão da Polícia Militar de Mariana, “muita gente deixa de fazer uma denúncia, por que pensa que a Polícia não vai apurar”. Entretanto, com o Disque Denúncia isso não aconteceria, pois “a pessoa vai ter a certeza que a ideia dela vai ser preservada e recebe uma senha para acompanhar o processo”, explica o policial. Além disso, segundo ele, “a gente tem 90 dias para verificar a veracidade da denúncia e dar a resposta”, conclui.